É a pressão, senhores

Não é a fase mais importante na definição do resultado do jogo, mas sem dúvida que é a que define a toada da partida. Fala-se da primeira fase defensiva – A pressão sobre a construção adversária. Cada vez mais avançados a defenderem tiram um possível conforto no jogo aos opositores.

Com uma frente de ataque verdadeiramente assombrosa nos momentos ofensivos – Messi, Coutinho, Griezmann, Trincão, Pedri, Ansu Fati – o Barcelona não tem a mesma categoria quando se trata de condicionar o jogo oponente, e mesmo quando já estava em desvantagem não conseguiu roubar quase bola nenhuma a um Real que jogava como uma tranquilidade que nunca poderia ter em Camp Nou. Sem pressão efectiva e eficaz o Barcelona ficou sem recuperações e viu-se obrigado a atacar (quase) sempre contra 11, e 11 habituados a vencer duelos no seu “metro quadrado”.

Com Organizações Táticas distintas – Real Madrid a fechar-se em 4x5x1, com extremos (Asensio e Vinicius) a fechar entradas dos laterais adversários (Alba e Dest), e portanto muitas vezes a formar-se uma linha que poderia ir até 6x3x1, dependendo do posicionamento dos laterais culés, não teve grandes problemas para controlar ímpetos adversários. A forma como Varane e Sergio Ramos saltam no espaço à sua frente neutralizando as investidas pelo corredor central é bastante notável. Uma vez mais, foram dos centrais fortes no espaço, mesmo quando este se abria.

O Super Classico esteve a anos luz de outros de tempos dourados de Barcelona e Real Madrid. Da pouca agressividade competitiva, à incapacidade para criar de forma sistemática, a más definições de uma série de jogadores que não jogariam um Barcelona vs Real Madrid há uma década atrás, tudo foi uma desilusão para quem se habituou a confrontos épicos entre os dois gigantes.