Do Laboratório do mister para a próxima eliminatória

FUTEBOL - samaris durante o Covilha benfia referente a 2 jornada da fase de grupos da taça da liga na covilha Terca 3 de Dezembro de 2019.(ASF/ANDRE ALVES) FUTEBOL

A convocatória saiu e com ela talvez algumas dúvidas sobre quanto poderia sofrer o Benfica, depois de ainda na época passada na deslocação a Vizela – Da mesma divisão do Paredes – a eliminação ter parecido real.

Contudo, desde cedo afastou o Benfica qualquer mau presságio. Também pela própria postura do adversário, tomou por completo as rédeas do jogo e se não foi fácil romper linhas tão juntas e tão baixas, controlou por completo o momento de Transição Defensiva. Ou seja, encostou o Paredes atrás e sempre que perdeu a bola, recuperou-a de imediato não dando qualquer espaço ou possibilidade para o oponente poder incomodar.

O jogo foi de tal forma de sentido único que nunca o Benfica mostrou sequer estar em 4x4x2 no momento defensivo. O máximo que aconteceu foi estar organizado em comportamentos de pressão porque nunca permitiu que o adversário se instalasse no seu meio campo.

4x4x2 com comportamentos de pressão – Lado da bola fechado

Com bola os encarnados prepararam ataque ao último terço com um trio de avançados no corredor central – Cervi e Ramos ao redor de Ferreyra; enquanto Pizzi alternava posicionamento aberto (com bola na metade direita do campo), com posicionamento mais dentro nas costas do trio da frente, com bola na metade oposta do campo, enquanto o veloz João Ferreira ficou encarregue de fazer todo a profundidade do corredor esquerdo.

Trio da Frente com Facundo, Ramos e Cervi; Samaris mais baixo com Chiquinho mais próximo da linha atacante

Não foi um jogo de criação mas antes de controlo forte à espera do momento para finalizar e também por isso o desbloquear do resultado surgiu numa das inúmeras bolas paradas ensaiadas pelo Benfica na partida. Ferro e Facundo bloquearam o acesso ao espaço onde Samaris finalizaria numa bola pensada, treinada e executada:

A segunda parte trouxe menos qualidade e controlo por parte do Benfica. O Paredes adoptou uma postura mais “corajosa” – Ainda assim bem insuficiente – e o Benfica foi perdendo mais vezes a bola e demonstrando incapacidade ainda maior para poder chegar com perigo à baliza adversária.

Samaris marcou o golo mas não teve muitos momentos para se mostrar na partida – até pela ausência de capacidade adversária para tentar sair com bola; Chiquinho demonstrou ser muito mais veloz a executar, a pensar e a fazer jogar que qualquer outra opção anteriormente experimentada na posição de segundo médio, carregou o jogo ou soltou rápido sempre a preceito, ainda assim com mais erros do que os habituais – quem sabe fruto de demasiado tempo sem jogar – não se podendo ignorar o facto de por ser um jogo de sentido único faria sempre emergir mais quem tem as suas características; Gilberto e Pizzi não foram capazes de provocar desequilíbrios ofensivos pelo corredor direito, Facundo esteve sem bola e Ramos definiu mal tecnicamente. Cervi agitador como sempre, foi um dos mais interessantes do Benfica, enquanto João Ferreira sentiu a ausência de um pé canhoto mais capaz para dar profundidade máxima no corredor, tal como lhe era pedido. Ferro demonstrou toda a sua qualidade com bola e Jardel teve um jogo tranquilo.

Bola na metade Esquerda – Pizzi nas costas do trio da frente; Gil mais dentro preparando perda da posse

Sem brilhantismo mas também sem nunca ter sido colocado em causa, a equipa de Jorge Jesus chega à próxima eliminatória da Taça e deu oportunidades que somente Chiquinho pareceu aproveitar.

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2 Comentários

  1. Jogo fácil, sem muito que dizer.
    Analisando os jogadores individualmente:

    O Hélton mesmo com pouco trabalho, esteve bem a jogar com os pés, mostrou-se comunicativo na bola parada, e ainda mostrou que sabe sair dos postes melhor que o Odysseas, protagonizando um vôo para limpar a bola da área. Algo que inclusive já penalizou o Benfica em jogos passados.

    O Gilberto fez um jogo seguro, o JJ admitiu ter sido o melhor jogo do Gil desde que chegou ao Benfica. Não deu a profundidade necessária, mas envolveu-se bem com os companheiros.

    Jardel, muito sereno com e sem bola.

    Ferro fez passes tensos de qualidade, mas também teve pelo menos 3 perdas de bola completamente desnecessárias mas dou o benefício da dúvida por não jogar há algum tempo. Teve também alguns cortes e intercepções importantes.

    O João Ferreira, é um jogador que pessoalmente não me enche as medidas. Já na equipa B e até mesmo nos sub-19 comete muitos erros com bola. Embora por vezes tenha lampejos de qualidade onde sai no drible e com relativa velocidade, perde a posse com facilidade. Hoje aconteceu pelo menos 4 vezes e contra equipas mais fortes podiam gerar contra-ataque perigosos. A sua adaptação à esquerda não é novidade, por isso espera-se mais deste jogador. O seu forte é a vertente defensiva, onde esteve impecável. É daqueles laterais que ficavam melhor a centrais.

    Samaris, muito seguro, e com um bom posicionamento.

    Chiquinho, provou mais uma vez ser uma opção para o meio campo. Mostrou ter um posicionamento muito melhor que Pizzi por exemplo, tomou quase sempre as decisões certas com bola e ainda conseguiu aparecer perto da área. Pressionou quando tinha que pressionar e colocou-se ao lado de Samaris em organização defensiva quando o teve que fazer. Acho muito mais completo e combativo para aquela posição que Pizzi.

    Pizzi, muito abaixo do esperado, perdeu bolas constantemente, confundiu-se nos posicionamentos ofensivos e acabou por confundir o próprio Ramos e Gil. É um jogador que precisa ou de ter espaço para jogar, ou de ser ele a encontrar os espaços mas já perto da área. Longe dela, ou preso ao flanco, pouco acrescenta ao jogo do Benfica.

    Cervi, até contra o Paredes dá o litro. Impressionante. Dos mais incorfomados.

    Gonçalo, mexeu-se muito bem, mas já na equipa B e sub-19 provou que é mais homem de área do que propriamente um segundo avançado. Teve uma boa oportunidade para marcar mas falhou o gesto técnico na recepção. Na segunda parte, perdeu uma oportunidade clara de golo e não fosse Cervi estar fora de jogo, fazia golo.

    Ferreyra, teve apenas uma oportunidade para marcar, não aproveitou e não se mexeu o suficiente para se envolver com a equipa.

    Uma palavra para Tiago Araújo (que na minha opinião teria sido titular) que entrou e mexeu com o flanco esquerdo.

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