O futebol mais entusiasmante da Liga NOS precisa de… ganhar os jogos grandes.

O jogo frente ao Sporting foi mais uma prova do excelente trabalho que Carlos Carvalhal tem feito em Braga esta época. O treinador português tem dado continuidade ao excelente projeto dos bracarenses que, provavelmente com o plantel mais forte da sua história, estão num patamar qualitativo de alto nível. Com bola, o Braga tem o futebol mais entusiasmante da nossa liga. Consegue aliar um jogo de posse, apoiado e muito bem sustentado em todos os momentos do jogo com velocidade, exploração dos três corredores e muita criatividade.

Sempre muito próximo de um sistema 3-4-3 no momento ofensivo (mesmo que Carvalhal goste pouco que se fale em sistemas), o Braga concilia sempre 3 jogadores fortíssimos no corredor central: Paulinho, o melhor avançado da Liga; Ricardo Horta, um craque que teria lugar em qualquer equipa do nosso campeonato, e outro membro que costuma rodar dependendo da estratégia para o jogo, seja Iuri Medeiros (uma das surpresas da época), Fransergio ou mesmo Galeno. Dependendo da zona da bola, o Braga cria vantagens nessas áreas, com muitos jogadores perto da bola para serem opções de passe, e um jogador no corredor contrário que explora a largura do campo e permite uma solução longa para rodar o jogo: Esgaio, Sequeira, Galeno são os habituais alvos. Esta variedade com bola do Braga faz com que a equipa tenha sempre múltiplas opções no seu jogo, seja muito móvel e flexível nos seus movimentos e, mesmo assim, consegue estar muito bem equilibrada através dos posicionamentos e abordagens de Castro, Fransergio e Al Musrati, juntamente com uma pressão coletiva que asfixia os adversários no momento da perda de bola.

O que falta então a este Braga para ser um real candidato ao título? Na minha opinião, em termos individuais e coletivos provavelmente só falta reforçar a linha defensiva, que quer seja por lesões ou erros individuais continua a não ser regular. No entanto, não é por falta de qualidade que o Braga não está claramente na luta pelo título. O que tem faltado é eficácia, experiência e um pouco mais de sorte nos jogos grandes. Na primeira volta, o Braga fez “apenas” 3 pontos em 3 jogos frente a Sporting, Porto e Benfica, quando na verdade talvez merecesse pontuar em todos eles. Por culpa própria, e alguma infelicidade, acabou por ter duas derrotas com o Porto e Sporting, jogos em que desperdiçou oportunidades flagrantes que podiam ter dado outro resultado aos homens de Carvalhal. Uma equipa corajosa e com esta qualidade merece lutar por títulos mas, para isso, tem que começar a ganhar os jogos grandes e a causar impacto, psicológico e pontual, nestas partidas, mais do que as meras “vitórias morais”. Muito mérito para Carlos Carvalhal e para os seus jogadores, que têm encantado quem segue este Braga de perto. Deixamos alguns dos melhores momentos do Braga frente aos três primeiros classificados da Liga NOS:

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Sobre RobertPires 84 artigos
Rodrigo Carvalho. 26 anos, treinador adjunto-analista nos San Diego Loyal, EUA. @rodrigoccc97 no Twitter.

1 Comentário

  1. O Braga tem muita qualidade colectiva e individual.
    Só queria dizer-vos o quão injusto acho Ricardo Horta não ser convocado para a Selecção, ele que em jogos grandes parece finalizar mal, mas que oferece muito mais em construção do que o Rafa.
    E Paulinho. É dos avançados portugueses o mais completo e experiente, tirando claro Ronaldo.
    Falam-se em rumores do David Carmo para o Liverpool, mas acho descabido, é um central que erra muito e ainda precipitado em várias decisões.

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