A Arte do Contra-Movimento – O Exemplo do Sporting

Ontem, na análise realizada após o jogo, destaquei a importância da variabilidade do jogo leonino em Ataque Posicional. Variabilidade expressa nos diferentes movimentos realizados a todo o instante pelos avançados leonino, seja em apoio ou em rutura, algo essencial contra linhas defensivas com 5 elementos como o caso do Maritimo, uma vez que, os centrais são sempre arrastados para encurtar caso existam movimentos de apoio. Contra equipas que defendem homem-homem, é uma solução que fará, ainda, mais sentido utilizar.

Neste sentido, os contra-movimentos (individuais e coletivos) ganham maior preponderância porque são fundamentais para conquistar espaço num jogo com cada vez menos espaço e tempo. São o que permite ganhar os segundos para recebendo no pé, se conseguir enquadrar e continuar a ter a possibilidade de ligar o jogo no sentido da baliza adversária, ou o que engana o adversário e permite receber no espaço como no golo de Pote. É de realçar que, o contra-movimento deve ser realizado de forma rápida, mas também coordenada entre o portador da bola e o jogador que vai receber a bola.

O Sporting de Ruben Amorim é uma equipa que utiliza o contra-movimento como poucas equipas europeias, não só o contra-movimento individual (Pedir no pé para atrair e procurar o espaço ou pedir na profundidade para depois receber no pé) mas principalmente, o contra-movimento coletivo (alternar entre movimentos de apoio e profundidade). No primeiro-golo leonino, uma ação individual de Pote (pediu no pé – atraiu defesa – procurou a profundidade) desequilibrou a jogada e iniciou um triunfo dominante dos Leões na Madeira.

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1 Comentário

  1. O Sporting montou uma boa equipe defensiva, que consegue rapidamente transformar defesa em ataque. No entanto, tem-se notado dificuldade em situações de desvantagem ou em que tem de assumir o jogo, que têm sido resolvidas com mais sorte do que qualidade…que também faz parte do jogo, e sorte procura-se.

    O Benfica tentou montar uma equipe de domínio avassalador constante e falhou. Era suposto ser uma equipe de ataque constante, com movimentações rápidas e pressão alta, para que os adversários fossem sufocados até sofrerem golos. Houve alguns jogos no principio da época assim, mas rapidamente descobriram o buraco defensivo da equipe, e a partir desse momento acabou a tática planeada, porque o ataque poderia ser forte, a defesa era fraca. Neste momento, problemas defensivos foram corrigidos, mas o ataque piorou drasticamente, sem que existam ideias de como ultrapassar sólidas linhas defensivas…os adversários também já perceberam o problema do Benfica, e jogam com a instabilidade emocional e mental da equipe, colocando-se à defesa e esperando pelo erro inevitavel que permita um contra-golpe.

    O Porto apresenta os mesmos problemas das últimas épocas. Futebol muito forte defensivo; se está a ganhar, raramente perde o controlo do jogo…é uma equipe que quando é para defender um resultado, só com sorte lhe marcam um golo. Mas a atacar tem fragilidades que dependem do futebol físico dos seus avançados, e da qualidade de jogo do Corona. Sérgio Oliveira tem-se destacado muito (acho que é dos melhores médios portugueses dos últimos anos, que foi sempre mal aproveitado pelo clube), mas quando ele não consegue ter um bom jogo, a equipe fica completamente dependente do Corona, que pouco ajuda a defender. Uribe é uma espécie de Weigl, sólido com bola, mas pouco ativo na criação de jogo; Luiz Dias é bom no último terço, defende mal.

    Ou seja, o Sporting montou uma equipe sólida a defender e a partir dessa estratégia construíu uma forma de jogar rápida e direta de grande sucesso.
    Benfica tentou inventar uma ideia de que só era preciso atacar atacar e atacar para ganhar, falhou completamente, porque tem demasiados jogadores que são fracos no processo transição defensiva—Pizzi, Rafa, Everton, Darwin, Taarabt, tudo jogadores que fazem mal pressão sobre portador da bola, facilmente batidos e abrindo espaço para progressão.
    Porto nao melhorou a qualidade de jogo ofensivo, e com o avanço do Sérgio Oliveira no terreno, têm tido mais problemas defensivos, que levam a sofrer golos antes de marcar—Porto quando sofre primeiro, mais vezes perdeu ou empatou do que fez reviravolta.

    Ruben Amorim provou ser capaz de perceber melhor que jogadores tem ao seu dispôr e de que forma os utilizar para enfrentar o campeonato português.
    Jorge Jesus tem uma ideia de jogo que tentou implementar, mas sem perceber que não tinha os jogadores para tal, e tentou adaptar à força os jogadores á tactica, em vez de a tática aos jogadores, o que é um erro grave e raramente corre bem…agora já está a corrigir isso, mas vai tarde demais.
    Sérgio Conceição perdeu jogadores importantes e não conseguiu melhorar a equipe de forma significativa…baseia-se tudo no físico e raça e pouco na qualidade técnica.

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