Porto total em Tondela

Um jogo que mostrou que, mais importante que o modelo são as dinâmicas criadas pelas peças que o compõem. Ao mudar a frente de ataque e uma das peças do duo de meio-campo, Sérgio Conceição trouxe ideias novas ao jogar portista que, com isso, ganhou maior fluidez e capacidade de controlo do jogo, com bola.

Com Grujic a equipa perde a capacidade de transporte de bola que Sérgio Oliveira traz, mas ganha maior capacidade de circulação e preparação para os momentos de perda, mais-valias que dá ao jogo azul-e-branco o médio emprestado pelo Liverpool.

Otavio, sempre por dentro, a dar todo o corredor a Zaidu, sempre a mostrar-se aos seus colegas para receber nas costas da linha média adversário e depois ligar com zona de criação.

Toni Martinez e Evanilson, juntos a trazer o Porto para outro nível de jogo em fase de criação. Mais esclarecidos a ligar com os colegas, seja por dentro ou por fora, ambos trouxeram maior fluidez ao jogo portista, mostrando que merecem mais minutos no campeão nacional.

Corona, sempre ele, ora liga por dentro em apoios frontais, ora desequilibra por forma em condução e drible, é crucial para trazer a equipa para outro patamar exibicional.

Do lado tondelense, extremamente manietado pela pressão e capacidade de circulação portista, apenas uma tímidas ações de transição com Salvador Agra como protagonista maior de uma equipa que quis sempre jogar ,as que raramente conseguiu ameaçar.

Um jogo em que pareceu sempre controlado pelo Porto, que começou a fazê-lo pela forma como potenciou a circulação e a gestão da posse de bola e, dessa forma, melhor preparou a forma e os momentos em que a perdeu.

Destaques Individuais

Grujic trouxe clarividência à circulação portista e rigor à sua transição defensiva. Não tem a exuberância de Sérgio Oliveira mas tem a subtileza de um médio de elite, porque o difícil é fazer o que é mais fácil. Merece mais minutos.

Otavio a mostrar porque, estando disponível o seu treinador não abdica dele. Um médio todo-o-terreno que cria, defende e ainda assiste.

Pepe é como o vinho da cidade do seu clube. Quanto mais velho melhor parece. Coordena toda a última linha da sua equipa e ainda assiste com um passe de 40 metros. Um craque a quem o Porto e Portugal muito devem. O seu final de carreira aproxima-se. Deixará saudades.

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