Vizela de 1ª – Variantes ofensivas frente o Benfica B

Numa sequência de 21 jogos sem perder para a Liga SABSEG (a última derrota oficial foi mesmo em Novembro, frente ao Boavista para a Taça de Portugal), o Vizela de Álvaro Pacheco atravessa uma das melhores fases da temporada e frente ao Benfica B voltou a deixar argumentos muito fortes para a sua candidatura à subida de divisão (e ainda na época passada estava no Campeonato de Portugal, sinal de uma aposta muito forte na primeira equipa nas últimas épocas), sendo que neste artigo vimos destacar a variabilidade das dinâmicas e sub-dinâmicas em organização ofensiva que os jovens encarnados tiveram muita dificuldade em conter.

 “O Benfica B é uma equipa com capacidade e estou satisfeito com a qualidade que apresentámos. Dominámos durante 90 minutos, fomos agressivos sem bola e desinibidos quando a tivemos. O nosso desafio é olhar para o nosso processo e perceber como podemos deixar os nossos jogadores mais preparados. Queremos obrigá-los a sair da sua zona de conforto e a ir em busca de coisas novas no jogar.  No início do campeonato, se estes jogadores fossem oferecidos às outras equipas, provavelmente ninguém os queria. Agora estão super valorizados.”

Álvaro Pacheco, treinador do Vizela

O modelo contempla, em organização ofensiva, uma estrutura de 1-4-3-3 com meio-campo em 1+2 sendo que toda e qualquer rigidez estrutural termina aqui e quando começamos a entrar nas diferentes fases que o jogo tem e nos diferentes desafios proporcionados pelo adversário:

  • Fase I (construção) – a saída mais frequente dá-se em regime de 2+1 com um médio de suporte à construção a aproximar aos centrais, com os laterais a média altura mas sendo opções para jogar e os interiores nas costas da pressão adversária para receberem e acelerarem jogo. Apesar disso, podem existir variantes como em certos momentos deste jogo onde o Benfica B ajustou a pressão para um 1-4-3-3 e o Vizela ativou movimentos de apoio de um interior (que se comportaria como segundo médio), saindo em 2+2 e concentrando a pressão do Benfica B em corredor central, libertando o espaço fora para os laterais que, recebendo, tinham espaço para acelerar jogo ou ligar com o apoio ou a profundidade.
  • Fase II (criação) – a largura máxima do jogo normalmente era dada apenas por um jogador por corredor e mais frequentemente pelos laterais com os extremos a entrar em jogo interior fazendo com que estivessem 3 jogadores em cima da linha do Benfica e constantemente a tentar afundá-la com movimentos à profundidade. Por forma a bater algumas referências individuais em corredor central que os encarnados tinham para não deixar os médios jogar, utilizou-se muito a dinâmica de apoios frontais nas costas da pressão (dos interiores ou extremos) para terceiro jogador, o que permitiu aos laterais ou aos médios conseguirem eventualmente enquadrar sem pressão de frente e solicitar a profundidade em passe.
  • Fase III (finalização) – uma vez assumido o corredor forte para carregar jogo, a estrutura final envolvia o trio da frente mais um lateral (poderia ser lateral por fora com o trio por dentro e lateral contrário a equilibrar, ou extremo por fora, lateral contrário a ter chegada e lateral do lado da bola a equilibrar) e possível movimento de rutura de um dos interiores no espaço central-lateral, ficando o equilíbrio a ser dado pelos dois centrais + lateral + médio-defensivo.

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Sobre Juan Román Riquelme 97 artigos
Analista de performance em contexto de formação e de seniores. Fanático pela sinergia: análise - treino - jogo. Contacto: riquelme.lateralesquerdo@gmail.com

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