
Mesmo reduzido a 10 elementos durante grande parte do encontro, o Sporting rapidamente reajustou a sua estrutura para um 1-5-4-0 (a forma que menos altera os princípios do modelo, apesar da vertente mais defensiva) mantendo a sua linha de 5 mas resguardando os alas pela colocação de uma linha média de 4 à frente responsável pelo controlo da largura numa primeira fase (sem necessidade de ter os alas a sair à pressão como é costume na estrutura normal, com os extremos/médios exteriores a fazê-lo). A estabilidade defensiva alcançada permitiu que os leões saíssem da Pedreira sem conceder nenhum golo e, para além do enorme esforço e competência coletiva defensiva (manter os índices de concentração e foco durante tanto tempo é de campeão), é importante realçar mais uma exibição imperial de Sebástian Coates. Apesar de muitas vezes nesta época ter sido herói pelos feitos nas áreas adversárias (soma já 7 golos esta época, muitos deles particularmente decisivos), em Braga o central uruguaio destacou-se essencialmente pelo pormenor defensivo que mais uma vez aportou à linha, liderando-a mais uma vez pela voz e pelo exemplo:
- O desarme que trava, desanima e domina – pelo chão demonstrou mais uma vez uma enorme perspicácia na ação técnico-tática defensiva do desarme, com o longo comprimento dos seus membros inferiores a irem sacar mesmo as bolas mais bem protegidas em espaços curtos ou as bolas no espaço para condução pelos criativos do Braga.
- O duelo aéreo imperial – neste aspeto não deu qualquer hipótese aos dianteiros do Braga. Do alto do seu 1.96m, da sua capacidade de impulsão em salto vertical e do seu posicionamento correto no controlo de cruzamento (boa noção de controlo do espaço para manter distâncias em largura para os colegas e ter as referências individuais do adversário para duelo) e mesmo em momentos de maior chuveirinho por parte dos bracarenses, o uruguaio foi sucedendo duelos aéreos ganhos atrás de duelos aéreos ganhos (ver imagem abaixo).

- O padrão de deslocamento de topo – apesar de, olhando para a capacidade condicional de velocidade, não se tratar de um velocista nato – nem se esperaria que fosse, dada a sua morfologia – a passada larga permite atenuar muito disso e, jogando a central do meio, as características do central uruguaio são potenciadas: sempre foi um central muito reativo na antecipação dos cenários seja nos encurtamentos à frente da linha ou nos momentos para começar a baixar. Se numa linha de 4 isso poderia expô-lo por vezes, a linha de 5 com dois centrais ao lado dão-lhe grande conforto, aliando a sua capacidade de orientação dos apoios e padrão de deslocamento a esta alta reatividade que lhe permitem ir buscar bolas na profundidade como ativar um encurtamento de marcação entre linhas.

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