Pizzi – Nascido para Matar

FUTEBOL - Pizzi e Goncalo Ramos no Tondela - Benfica, jogo da 30 Jornada da PRIMEIRA LIGA 2020/2021. Estadio Joao Cardoso, em Tondela. Sexta Feira, 30 de Abril de 2021. (Gil Peres/ASF) TONDELA BENFICA

Pizzi chegou aos quinze golos, numa temporada em que tal como era expectável em função do modelo e preferências pessoais de Jorge Jesus, tem tido muito menos utilização.

Desde um de Fevereiro em Alvalade que não competa um jogo, embora na mais recente série a titular – iniciou os três últimos jogos, depois de quatro consecutivos a partir do banco – em dois deles tenha sido substituído já bem próximo do término da partida.

Não tem argumentos defensivos – Não apenas físicos, mas mentais – Não tem agressividade nem predisposição para reacção rápida nos momentos de perda – e técnicos – posição defensiva e movimentos de base, e ofensivamente está bastante longe do jogador mais “levezinho” de outrora. Recebe muitas bolas de forma errada, e nem sempre percebe o que o rodeia condicionando saídas ofensivas.

Todavia, é difícil encontrar na Liga um jogador com maior apetência para “adivinhar” ou “pressentir” o perigo, e para se mover para o aproveitar. Pizzi pode não adivinhar ou valorizar o momento de fechar um espaço, mas se há possibilidades ou metro livre onde possa aparecer para com a sua tremenda eficácia marcar, ele vai descobri-lo e vai fazer golo.

Nos dias de hoje é difícil perceber a melhor posição do transmontano. Como médio centro ainda para mais num sistema a dois é impensável que possa contribuir em todos os momentos do jogo com qualidade, como se exige num clube grande. Pela sua apetência temível pela zona de finalização, será sempre por lá que tem de aparecer.

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4 Comentários

  1. O Pizzi nunca foi um bom 8…quando era mais novo ainda dava para disfarçar devido a ter alguma velocidade, mas nunca foi um bom jogador na pressão ofensiva e facilmente é apanhado fora de posição. Começou a carreira como um extremo e pouco a pouco começou a ter características mais semelhantes à de um 10 que joga encostado numa lateral.

    O problema é que vamos no 2o treinador consecutivo que não consegue perceber isso.

    Lage ainda começou por usar Pizzi onde ele é melhor, quando jogava no 4-3-3 em que Pizzi era um puro 10 a apoiar o triangulo ofensivo de Seferovic-Felix-Rafa. Mas na 2a época, passou a jogar num 4-4-2, com uma dupla de avançados, e deixou de ser esse 10 puro. Mesmo assim, a época passada foi outra brilhante do Pizzi, melhor médio em golos e assistências da Europa…mas Lage com a chegada de Weigl mudou a tática para 4-3-3 e rendimento de Pizzi caíu a pique. Já é costume essa quebra em Pizzi, ele costuma ter algumas quebras de rendimento ao longo da época durante uns jogos, mas esta quebra foi a pior e esteve diretamente relacionada com a insistência de Lage em usar Pizzi como extremo direito e Taarabt ou Chiquinho serem o 10 da equipe. Verissimo corrigiu isso após a saída de Lage e Benfica melhorou mas já era tarde demais para título.

    JJ fez demasiadas alterações no plantel colocando as novas contratações como opções primárias quando nem sequer houve uma pré-época de jeito. Pizzi ainda foi sendo titular em alguns jogos, mas quase sempre com as funções erradas: ou era colocado como 8 em vez do Taarabt, o que impedia Pizzi de subir tanto para onde é melhor, ou ia para o lugar de Rafa e a jogar mais pelo interior sem que houvesse um lateral subido para aproveitar a largura.

    Desde a saída do Gaitan, Pizzi tem sido o melhor 10 do Benfica regularmente…Jonas pode ter sido o melhor jogador, mas Pizzi foi sempre o jogador com mais assistências e com muitos golos tendo em conta a sua posição. Não se compreende como é que passou a ser tão desaproveitado, e ainda pior a atitude dos adeptos com ele…parece que se exige que Pizzi ganhe sozinho todos os jogos.

  2. Neste momento, o Pizzi não tem rendimento suficiente para ser titular do Benfica. Talvez tenha espaço em determinadas condições, como figura do clube e do balneário que pode ter um papel a desempenhar a partir das segundas linhas. Será que está disponível para isto?

    Acho que é um jogador subvalorizado – nunca entendi muito bem porquê, talvez pelo estilo meio-soneca, pouco esforçado, pouco rompedor, que são argumentos altamente falaciosos – que realizou épocas muito boas no clube e nem sequer preciso de ir aos números.

    Ao contrário do que o comentário anterior afirma, o Pizzi foi, sim, um bom número 8, ainda que muito diferente do que a maioria das pessoas espera desta posição.

    As pessoas estão sempre à espera de um R. Sanches, Enzo Perez, etc, etc, mas isto é apenas o preconceito a funcionar. Nada mais. Há oitos de grande nível e com diversos estilos e qualidades. Obviamente. O F. de Jong é um deles, só para dar um exemplo, e não tem características parecidas com nenhum corredor de fundo.

    No entanto, o tempo passa, o futebol é altamente competitivo (de repente pode aparecer em Lisboa um jovem qualquer do Burkina Faso ou do Japão a partir a loiça toda), o jogo evolui, os adversários também e neste caso a vida acontece normalmente.

    Na época actual, o Pizzi tem sido demasiado fraco (com bola, sem bola, de perto, de longe) para assumir algum papel relevante na equipa. Ainda por cima num meio-campo a dois. Não há milagres, mesmo quando o treinador se chama Jesus.

  3. Aliás, esqueci-me, mas o Taarabt está tipo 30 degraus acima deste Pizzi. A diferença é tão grande que até mete dó.

    • Um 8 pode assumir diversas funções e estilos, mas na base da sua definição é considerado um jogador que preenche o meio campo e ajuda nos processos ofensivos e defensivos, pelo que é exigida uma capacidade física elevada. Podem existir excepções, mas isso depende da equipe e jogador…Messi é um 10 que joga a partir de uma lateral, Pirlo era um 10 que jogava quase como um trinco. Tudo varia, principalmente porque futebol não é matrecos, os jogadores movem-se para fora das suas posições. Até podem existir vários 8 ou nenhum…a França em 98 jogava em 4-3-3 em dois dos médios eram de características defensivas (trincos)…e o Benfica de JJ de 4-4-2 de Matic-Enzo podia ser considerado de dois 8, porque Matic não jogava tão recuado como Javi Garcia ou Fejsa…tudo depende do jogador e do esquema utilizado para definir.

      Pizzi jogou como 8 mas nunca foi bom na recuperação de bola nem pressão defensiva, características exigidas a um 8 modelo; era forte nas transições ofensivas porque a sua qualidade de passe e posse são fantásticas, rapidamente controlava a bola e colocava num colega em corrida. Mas a defender, uma desgraça, o que salvava o Benfica era Fejsa que sozinho fazia o trabalho defensivo de dois jogadores. Pizzi até podia estar jogar como como 2o médio num meio campo a 2, mas funcionava como um 10 mais recuado, da mesma forma que Pirlo era um 10 que jogava quase como trinco.

      O forte de Pizzi é distribuição de jogo…ninguém tem a capacidade de passe ou visão dele, se não for pressionado ele vai colocar a bola no jogador em corrida quase sempre. E quando Benfica explora bem as alas, é um jogador muito bom a entrar dentro da área para finalização.
      O problema do Pizzi tem haver com a equipe em si. As equipes dos anos anteriores eram móveis, procuravam o espaço vazio, faziam movimentações e trocas, o que permitia a Pizzi fazer passes sensacionais para golo. Esta época, ninguém se mexe, por isso é que existe aquele jogo de mete nojo de bola para a lateral, bola para o meio, bola para a lateral. Se o forte de Pizzi é distribuição na profundidade, como é que ele vai fazer isso quando ninguém joga dessa forma? Se ele é bom a aparecer dentro da área para finalizar, como é que ele vai fazer isso se o Benfica raramente usa as alas? Jogadores não fazem milagres quando as equipes estão mal equilibradas, o que é o caso flagrante deste Benfica de JJ, em que foi contratar jogadores para posições onde não havia assim tanta falta e esqueceu-se das posições onde existia falta…uma delas é a de um 8.

      Taarabt é o jogador mais irregular e inconsistente no meio campo do Benfica, só o Gabriel é pior a perder a bola que ele…Taarabt é capaz de, na mesma jogada, fintar um jogador e ter todo o espaço do mundo e depois falhar um passe em mais de 10 metro, e isto acontece constantemente, até em jogos que está a jogar bem. Não é por correr mais do que Pizzi que significa que faça mais…

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