
Quando o calendário de jogos amigáveis de Portugal saiu, a escolha por um jogo grande contra uma seleção como a Espanha fazia todo o sentido. principalmente olhando para um grupo onde também existem Alemanha e França, duas potências do futebol mundial. Já não tão óbvia foi a escolha de um jogo frente a Israel, seleção relativamente modesta, onde se previa o domínio de Portugal a menos de uma semana da estreia no Europeu frente à seleção da Hungria. Depois de observar o jogo frente a Israel, e também o amigável entre Hungria e Irlanda, fiquei esclarecido quanto à escolha de Israel. Para além da semelhança no contexto, onde Portugal terá que assumir o jogo ofensivamente, controlando com bola grande parte do jogo frente a um bloco mais reduzido, existem também várias nuances táticas que Portugal testou neste amigável que irá encontrar no jogo frente à Hungria:
Atacar frente a uma linha de 5:
Atacar de forma organizada uma linha defensiva de 5 jogadores num bloco baixo é quase sempre um desafio que exige muita qualidade em posse, ritmo e verticalidade no momento do passe de forma a quebrar linhas de pressão mas também para, com movimentos sem bola, arrastar marcações e criar espaço no meio-campo ofensivo.


Pressionar uma construção 3+1
O sub-momento de pressão no momento defensivo tem ganho uma importância tremenda no futebol atual (simultaneamente com o sub-momento de construção). Testar a organização de Portugal a pressionar frente a uma equipa que o faz em 2+1 ou 3+2 é diferente do que contra uma equipa que o faz com 3 (defesas) + 1 (médio defensivo). Tal como a Hungria, Israel parte desta base para iniciar a sua construção:


Defender um sistema que ataca com 4 jogadores na linha defensiva
Como muitos sistemas de 3 defesas, a Hungria projeta os seus alas no momento ofensivo, tendo sempre também 2 homens na frente de ataque (Szalai e Sallai, normalmente), dinâmicas que exigem controlo da largura, mas também uma boa ocupação dos espaços no corredor central para Portugal conseguir controlar as investidas dos húngaros.


Desta maneira, Fernando Santos preparou a equipa das quinas para comportamentos e experiencias que irão ser replicados frente aos húngaros na primeira jornada deste Europeu. Num contexto mais baixo, mas ao mesmo tempo realista, Portugal esteve bem neste teste e acabou por vencer 4-0. Agora, é a sério. Vamos a eles!

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