
Terminado o Europeu deste verão, é altura de destacar e dar mérito a algumas das revelações da competição. Dani Olmo é uma delas. Aos 23 anos, o espanhol estreou-se nos maiores palcos internacionais ao serviço da sua seleção, depois da sua primeira época completa numa grande liga europeia.
Tendo jogado em todos os corredores da frente de ataque de Luis Enrique, foi na zona central, no papel de Falso 9, que Dani fez o seu melhor jogo do torneio. Na meia-final frente à eventual campeã Itália, Olmo foi a peça-chave da estratégia do selecionador espanhol, que visava manter o controlo do jogo através da superioridade com bola no espaço central: o losango Busquets, Koke, Pedri e Olmo teria de ser monitorizado apenas por Jorginho, Verratti e Barella.
Nesta função, Dani Olmo deu show. Quebra qualquer estereótipo de que apenas os matulões podem jogar de costas no meio dos centrais adversários. Quando era seguido por Bonucci ou Chiellini, usava a sua qualidade técnica e entendimento do jogo para, ainda antes dos italianos lhe apertarem os calcanhares, ao primeiro toque deixar os médios espanhóis de frente para o jogo. Alternativamente, tem capacidade para jogar em espaços curtos e fazer uso dos dois pés para receber a bola sempre de forma orientada para atacar. Demonstra uma agilidade fora do normal, o que lhe permite mudanças de orientação corporal fulcrais para enganar oponentes e fugir a marcações.
Para além de tudo isto, tem personalidade de grande jogador: sempre à procura de ser solução e ter a bola no pé. Não se esconde do jogo e, junto com Pedri, atormentou Jorginho na exploração do espaço entrelinhas, onde só os craques podem habitar.
Fique com a exibição de Dani Olmo frente à Itália, uma das melhores performances individuais do Euro 20’.
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