

É de Lucas Veríssimo que se fala, pois claro. Abriu a contagem – é tremendo nas bolas paradas, defensivas ou ofensivas, mesmo que o golo tenha chegado com enorme dose de felicidade, e com uma bola incrível – pela colocação, timing e coordenação com Diogo Gonçalves, iniciou o desequilíbrio decisivo do segundo golo – Diogo ofereceria a Luca.

Sem bola, e ainda mais com bola, Lucas foi o jogador que permitiu ao Benfica assumir o seu favoritismo no primeiro tempo – Foi ele o elemento que incessantemente contornou a pressão adversária pela forma como descobriu sempre espaço em zonas interiores, com o seu passe tenso.

A primeira parte valeu pelo jogo de Lucas. Meité demonstrou capacidade no duelo defensivo, e provou que pode ser um jogador importante no momento defensivo. Contudo, fica a marca de no único duelo perdido, ter visto o Moreirense marcar, e com bola embora não se sinta nada desconfortável tecnicamente, não trouxe capacidade para fazer a bola invadir zonas adiantadas com qualidade. Ao seu lado Taarabt perdeu a oportunidade de lançar alguns contra ataques pela sua errónea tomada de decisão. Rodou para trás quando havia espaço à frente, e jogou com os centrais permitindo reorganização contrária. Na frente Luca e Everton estiveram desaparecidos, também pela forma como a equipa de Moreira de Cónegos encurtou o espaço entre linhas – e deu espaço nas costas; Gonçalo Ramos foi sempre o melhor dos elementos da frente – Grande timing de movimentos e a passada larga que lhe permitiu ganhar vantagem sobre a defensiva contrária, permitiram-lhe estar em praticamente todos os lances mais perigosos da primeira parte.
Se a primeira parte embora não prometedora foi suficiente dominadora e segura, manchada por um golo sofrido em que o desvio nas pernas de Otamendi acabou por possibilitar um lance de golo que até então parecia inofensivo, a segunda arrancou com um erro grosseiro de Diogo Gonçalves. Forçou o 1×2 em momento ofensivo no corredor e na perda foi imprudente na abordagem. Viu-se expulso e o Benfica passou a enfrentar as dificuldades normais de quem joga em inferioridade.

Em inferioridade Jorge Jesus optou por tentar ser perigoso ofensivamente, mantendo o Moreirense atrás, pela opção de manter dois avançados – Ramos e Everton, e posteriormente Rafa. Opção arriscada, que foi resultando pela pouca elaboração do jogo da equipa de João Henriques, e ainda mais pela capacidade defensiva dos seus três centrais. O Benfica tem em Otamendi, Lucas e Vertonghen uma autêntica muralha quando tem de defender zonas mais baixas. Os centrais encarnados controlaram o espaço defensivo em situação de cruzamentos, de jogo directo e ainda quando tiveram de sair ao espaço à sua frente. Exibição total dos centrais valeu o segurar os três pontos.
Na frente, um jogo de disponibilidade gigantesca de Gonçalo Ramos. Um “animal” à solta na frente de ataque – Do seu poderio físico foi referência para bola longa, para bolas pedidas nas costas no corredor lateral, surgiu a finalizar – Esteve várias vezes à beira do golo, Pasinato e a barra impediram-o de ser feliz – e defensivamente foi incrível em todos os minutos do jogo.
Há qq coisa na análise que não bate certo. São feitos vários elogios ao Gonçalo Ramos, seja pela capacidade ofensiva, seja pela abnegação no apoio defensivo e depois é o jogador com a pior pontuação da equipa a par do Diogo Gonçalves que foi expulso!!!