Um Benfica infeliz feliz

Em cima deles, à Benfica. A mudança para um sistema com três centrais – E que qualidade têm e que jogo fizeram Otamendi, Vertonghen e Morato – trouxe um Benfica não apenas muito mais seguro sem posse, fechando mais espaço defensivo junto à baliza de Odysseas, mas também um conjunto com maior qualidade a construir. A dificuldade de encaixar na construção da equipa de Jesus, voltou a ter o condão de permitir que centrais progredissem em posse, e com isso o Dinamo era forçado a ir baixando metros.

ATAQUE POSICIONAL 3X2X4X1

A saída a Morato esteve ao encargo de Tsygankov e com isto Grimaldo ficava livre para receber – Pelo seu corredor esquerdo, o Benfica encontrou sempre taticamente espaço para chegar a zonas altas. Aí encostava no Dinamo, preparava transição com os três centrais sempre ligados ao jogo. O do lado da bola aproximava, Vertonghen marcava o ponta de lança do Dinamo, e o central do lado oposto ficava a sobrar.

Com Transição Defensiva de eleição, com construção que não era parada na sua primeira fase, o Benfica tomou o ascendente de toda a primeira parte, embora sentindo dificuldades normais e naturais porque perante um bloco compacto, sempre com dez atrás da linha da bola.

ESTRATÉGICO – EVERTON POR GRIMALDO

A troca Grimaldo – Everton em Ataque Posicional pretendeu que o brasileiro aproveitasse o espaço largo que havia para receber a bola por fora para encarar lateral adversário, ao mesmo tempo que Grimaldo em espaço interior também teria capacidade para resolver, criando.

A ideia de Jesus não trouxe os desequilíbrios ofensivos necessários, e ao longo de todo o primeiro período, onde taticamente foi um Benfica Europeu, não foi capaz a equipa encarnada de materializar em criação o ascendente tático.

ESTATÍSTICA AO INTERVALO

A segunda parte trouxe novamente um Benfica pausado, a chegar junto à frente e a criar. Yaremchuk depois de uma jogada de insistência de Rafa Silva teve uma oportunidade de ouro para mudar a história do jogo.

A bola não entrou, e na procura de mudar o resultado – Já merecia mais, o Benfica – Jorge Jesus foi ao banco e… perdeu o que havia tido de melhor. Radonjic, Darwin e Lazaro vieram para abanar o jogo, e se o Sérvio foi inconsequente, mas ainda assim agitador, Darwin e sobretudo Lazaro trouxeram falta de critério, correria sem ideias e perdas. Muitas perdas da posse. Ficou mais exposto, deixou de estar tão preparado para a perda, e embora tenha sido sempre superior até aos últimos minutos da partida, sentiu-se que já não extrairia nada de excepcional do jogo.

Na infelicidade, a felicidade de Odysseas e o VAR segurarem o até então imerecido empate.

DESTAQUES INDIVIDUAIS

RAFA SILVA: Foi sempre o criador do Benfica. As suas acelerações foram o ponto principal de desequilíbrio dos ataques encarnados, e mesmo na grande área, teve agilidade para contornar defesas e proporcionar a Yaremchuk a melhor oportunidade para marcar. Vai subindo o nível, erra menos, e também já se tornou um quebra cabeças em ataque posicional pela forma como recebe e acelera a dois toques.

WEIGL: Uma partida de elevadíssima qualidade. Autêntico barômetro das saídas para o ataque do Benfica, foi da sua capacidade para decidir e da sua agilidade a receber e a rodar para os lados abertos do campo, que a equipa de Jesus foi dominadora e encostou o Dinamo atrás. Num jogo onde o Benfica teve 89% de acerto de passe, com menos transições defensivas para fazer – menos correrias para dar – e consequentemente menos exposto onde é menos capaz, Weigl foi o senhor do jogo. E quando teve de acelerar para travar Transição Ofensiva do Dinamo, também o fez sempre com qualidade.


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2 Comentários

  1. Se nos Açores o JJ esteve bem com as substituições, ontem acho que perdeu 2 pontos com as substituições que fez. Estando o dínamo tão fechado, acho que não fez qualquer sentido apostar num trio de correrias como são radonjic, darwin e rafa. Faria muito mais sentido colocar um Gonçalo Ramos, que guarda melhor a bola e se associa melhor com os colegas, penso eu.

  2. Compreendo que vocês não queiram bater – demasiado – no Darwin, sobretudo porque, como disse o Maldini no Patreon, se vê nele algum potencial. Infelizmente, como leigo, tenho enormes dificuldades – e não é por falta de vontade – em acreditar nele. A sucessão de disparates que ele cometeu ontem – desde passes e decisões erradas, a perdas de bola amadoras – dão-me a impressão, jogo após jogo, que nos enfiaram um barrete até aos joelhos (e dos caros!) O caso do Everton parece-me diferente – mais um problema de “chip”, como se diz agora, do que de falta de qualidade – mas, também no seu caso, a paciência já não abunda.

    Resta a pergunta: quem é que deu o aval a que se contratasse esta malta? Sei que a prospecção não é infalível, nem uma ciência exacta (e as credenciais do Everton, pelo menos, eram excelentes), mas temos 45 milhões de euros empatados em dois gajos que, até ver, renderam pouquíssimo. No vosso entender, e tendo em conta a vossa experiência, o que é que correu mal nesta combinação de prospecção / contratação – e há volta a dar?

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