Leão com dores de crescimento

Primeiros dez minutos de terror que foram um banho de realidade ao Sporting europeu e acabaram por definir o destino do jogo. Se no primeiro golo foi Feddal a errar na sua abordagem defensiva ao tentar o corte quando, naquela circunstância deveria ter optado por baixar, mantendo o alinhamento da linha defensiva e retirando profundidade, no segundo a principal “culpado” foi Vinagre que ficou a “olhar” para a bola quando deveria ter fechado por dentro e ter o seu homem como referência.

O primeiro segredo para a superioridade holandesa no jogo foi a sua qualidade com bola, sobretudo no seu início de construção. A assombrosa qualidade da sua dupla de centrais e forma como estes se sentem cómodos com bola e não se coíbem de, com ela, provocar a pressão e situações de 1×1 foi a primeira razão da superioridade forasteira no jogo e que levou à inoperância da pressão leonina na primeira parte.

Sem a sua circulação condicionada em início de construção e sempre com 6 elementos projetados entre os três corredores o Ajax foi conseguindo, sucessivamente, associar-se entre linhas, com o Sporting sempre com dificuldades em fechar o corredor central. Se as constantes superioridades numéricas dos holandeses começavam no seu exímio início de construção, as dificuldades do Sporting começavam, também elas, nesse momento. Com o trio da frente a condicionar os três centrais leoninos e os laterais do lado lado contrário garantiam sempre superioridade numérica no corredor lateral, impedindo os leões de sarem por aí, como tanto gostam.

Com isso, Matheus viu-se forçado a pegar na bola para trazer ele, em transporte, a equipa consigo. Só que aí nasceu outro problema para o leão, Matheus mais longe de Palhinha em transição defensiva. Se na maioria das ocasiões, no contexto nacional, Palhinha chega para as encomendas, neste contexto prova-se que a história é outra.

Todo este cocktail a juntar à ausência de Coates, a lesão de Inácio e a noite desastrosa de Vinagre vieram demonstrar a diferença de qualidade entre as primeiras e as segundas linhas do campeão nacional.

Se o à-vontade da equipa do Ajax com bola e o seu dinamismo e criatividade em ataque posicional foram o destaque em noite de vitória gorda, a sua superioridade começou na sua qualidade em início de construção de como iniciou, logo aí, a sua fuga ao condicionamento leonino, por oposição ao que se passou no lado contrário. Diz-me como começas a jogar e eu digo-te como podes ganhar. Essa diferença de qualidade deu a bola a uns e tirou-a a outros.

HOMEM DO JOGO

Com quatro golos, dotado de uma elevada qualidade técnica e de decisão, Haller foi, também pela sua associação com Antony, o grande responsável pelo avolumar do marcador. Os dois, deram razão à máxima que defende que na champions os erros se pagam muito caro.

1 Comentário

  1. Não vi o jogo mas parece que temos o Sporting de volta à terra. É normal, tendo em conta o que (não) jogam e a qualidade do plantel. Aquela eficácia absurda, por exemplo, não condiz com a realidade.

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