Missão oitavos – Ideias de Leipzig para vencer o Dortmund

Rúben Amorim

“Today we were more aggressive and better in the duels than Dortmund. I’ve never seen Dortmund make so many mistakes in the build-up game. Sometimes they just played the balls out.”

Yussuf Poulsen, avançado do RB Leipzig

O Sporting entra em campo com a possibilidade de dar um passo decisivo rumo à próxima fase da UEFA Champions League, sendo portanto um jogo de grande importância para os leões (que já nada têm a perder depois de garantida pelo menos a presença na UEFA Europa League). Nesse sentido, não será descabido que a abordagem ao jogo seja um pouco mais ambiciosa e, durante a análise de adversário, a orientação poderá ser mais na lógica de tentar ultrapassar a pressão dos alemães por forma a criar volume e por outro lado exercer também uma pressão mais agressiva, mais à frente no campo, retirando a bola aos mesmos. Em termos de estrutura, o Borussia tem variado consoante o adversário (já alinhou em 1-4-2-3-1, 1-4-3-3, por exemplo) e em jogos contra equipas que alinham no 1-3-4-3 (como o Sporting) a equipa tenta espelhar isso igualmente com um 1-3-4-3 para facilitar a referenciação para pressão do tipo individual. Um bom jogo para perceber como contrapor isto é o último jogo do Borussia em Leipzig no passado dia 6 em que os comandados por Jesse Marsch venceram com uma exibição bem convincente.

  • Criar condições para rutura – neste jogo o Dortmund em organização defensiva modificava a estrutura para um 1-5-2-3 em bloco médio/alto, havendo então possibilidade de ponderar a exploração do espaço em profundidade. Para criar condições para isso, começaram por fixar o ala na linha de 5 colocando um dos avançados interiores mais encostado ao corredor. Isto permitia que o ala pudesse vir receber mais baixo e gerar situações de 2v1 juntamento com o central contra o avançado interior desse lado, fazendo com que um ou outro estivessem livres para se enquadrarem para o passe à profundidade para movimentos de rutura do avançado centro pelo lado cego dos centrais (desmarcações no espaço central/central).
  • Encaixar no individual no corredor – aproveitando a estrutura espelhada que existe, o trio da frente condicionou (através dos movimentos de chegada à pressão – de lado – e pela contenção que fizeram, a dar o corredor) para os corredores laterais onde a intensidade da pressão pela marcação individual aumentava (principalmente as linhas de passe por dentro, impedindo a variação apoiada) obrigando o Borussia a jogar imediatamente longo.

Rating: 5 out of 5.
Sobre Juan Román Riquelme 97 artigos
Analista de performance em contexto de formação e de seniores. Fanático pela sinergia: análise - treino - jogo. Contacto: riquelme.lateralesquerdo@gmail.com

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