Preparar a perda, uma marca dos melhores – Nagelsmann e a contrapressão

As equipas de topo olham para além do momento do jogo em que se encontram – o jogo é um fluxo constante de perda/recuperação e é marca dos melhores estarem constantemente preparadas para a fase seguinte. Sendo assim, cada vez é mais comum, aquando do momento de organização ofensiva, começar a preparar a equipa posicionalmente (e não só volitivamente no sentido de se exigir uma rápida reação à perda) para o momento de transição defensiva para retornar à organização ofensiva (ou transição) no sentido de passar mais tempo nesse momento criando mais volume.

Dentro deste tema Julian Nagelsmann, treinador do Bayern, explicou recentemente (vídeo abaixo) à TV alemã em pormenor como estrutura a sua fase construção para a eventualidade de ter de ativar os princípios de contrapressão: saída em 2+3 preparando a perda com os três médios compactos sobrepovoando o centro do jogo – jogadores mais próximos e com menos espaço para percorrer no momento de contrapressionar, o próprio explica que fazendo uma saída clássica a 4 com os jogadores bem largos e bem distantes uns dos outros dificultaria este momento devido às largas distâncias a percorrer -, os dois centrais em vigilância ao ponta e assim obrigando o adversário, no momento da sua transição ofensiva, a jogar para trás ou a tentar variar para o corredor e evitando que essa mesma transição se dê verticalmente para o corredor central através dos half-spaces onde podem surgir os movimentos de rotura em direção à baliza. Isto confere ainda muita segurança os centrais e médios para arriscarem passes verticais por dentro já que mesmo assim há 5 jogadores prontos para equilibrar a equipa.

Sobre Juan Román Riquelme 97 artigos
Analista de performance em contexto de formação e de seniores. Fanático pela sinergia: análise - treino - jogo. Contacto: riquelme.lateralesquerdo@gmail.com

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