Gil Vicente – Personalidade na Luz

Já mais que uma vez esta época se falou neste espaço do entusiasmante Gil Vicente de Ricardo Soares e, a verdade, é que segue como a equipa sensação da Liga Portugal Bwin, juntando agradáveis exibições a bons resultados e um 5º lugar fantástico para o clube. A equipa de Barcelos é um conjunto competente, com um modelo bem definido e recheado de individualidades de grande qualidade (e potencial). No Estádio da Luz, apresentou mais uma exibição personalizada e uma vitória que não surpreende dada a tamanha eficiência que têm demonstrado.

  • Organização Ofensiva. Construção em 4+1, com o 6 sempre nas costas da primeira pressão. Interiores profundos entre linhas, com possibilidade de se mostrarem mais baixos, extremos largos e 9 entre centrais. Variabilidade de soluções interessante: triâgulo de CL entre lateral, interior e extremo, a contar sempre com um apoio (habitualmente extremo) e uma ruptura (por norma interior), lateral envolve após entrada da bola nestes jogadores; interiores a mostrarem-se como solução para ligar jogo, seja do lado da bola ou lado contrário – bastantes movimentos de aclaramente do interior perto para entrada da bola em interior contrário; e movimento contrário em corredor central com 9 em apoio a mostrar-se como solução e interiores em ruptura. Nota para os movimentos interiores dos extremos e rupturas constantes para agredir a linha defensiva.
  • Transição Defensiva. Apesar da rápida reação para dificultar progressão, o objetivo maior é a recuperação defensiva e reorganização do bloco em 442 para iniciar organização defensiva.
  • Organização Defensiva. 442 clássico seja em organização ou em pontapé de baliza defensivo. Centrais em diagonal controlar centrais e 6, ainda que não sejam propriamente agressivos. Linha média bem posicionada em largura e profundidade, médios muito competentes a defender entradas da bola por dentro seja na sua frente ou nas suas costas e fortes nos duelos defensivos. Triângulos defensivos de corredor lateral bem montados e proteção de espaço interior e baliza assegurados. Linha defensiva muito (muito!) bem trabalhada. Bom controlo da profundidade e largura e competentes na defesa da baliza em cruzamento e com jogadores enquadrados para sí.
  • Transição Ofensiva. Após ganho da bola, muita objetividade e verticalidade aliada a bastante qualidade individual e velocidade. O 1º golo na Luz é um exemplo perfeito de como transitar rápido e bem, com bastantes combinações e procura pela baliza. Percepção da forma como devem sair (passe/condução) e dos movimentos que devem ser realizados (apoio/ruptura), bem como dos seus timings.

Fica a análise em vídeo de uma equipa gilista personalizada, competente e que venceu com todo o mérito o Benfica. É certo que ainda falta muito para se jogar, mas o conjunto de Ricardo Soares já convenceu Portugal e promete continuar a afirmar-se como uma das melhores equipas da época a nível nacional.

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