O “incrível” golo de Messi

No empate a um golo diante do Lens que sentenciou o título para o PSG, Messi marcou aquilo que à primeira vista se apelida de “golaço”. No entanto, numa análise segundo outra perspectiva, percebe-se que apesar do mérito do argentino, há muito demérito na forma como o guarda-redes adversário aborda o lance.

Com bola descoberta, em corredor central, à entrada da área e com possibilidade de remate, o guarda-redes do Lens dá passos em frente e assume um posicionamento longe da linha de baliza. A altura a que está reduz permite reduzir o ângulo de remate (fica a defender uma baliza menor em largura), mas fica bastante permeável a remates com trajetórias aéreas, mesmo em bolas não tão colocadas. A verdade é que numa das repetições, percebe-se bem que a bola entra numa zona da baliza onde era facilmente defendida (e até agarrada) se o guarda-redes estivesse mais perto da linha de baliza.

Como exemplo positivo, duas bolas semelhantes de Gigi Donnarumma e Keylor Navas, ambos do PSG, com o comportamento contrário ao de Fariñez. Em bolas descobertas com possibilidade de remate exterior, ambos estão perto da linha de baliza. Assim, com o aumento da distância para o portador, ganha-se tempo para reagir ao possível remate e reduz-se a possibilidade de remates que sobrevoem o guarda-redes. Com a maior proximidade à baliza, a possibilidade a agarrar a bola também aumenta, tornando defesas que num posicionamento mais alto seria de grande espetáculo em pegas fáceis.

No vídeo, é possível perceber os passos atrás para ficar mais perto da linha de baliza quando uma bola descoberta entra em posição de remate exterior, contrariamente ao que Fariñez fez no golo de Messi. Ainda assim, possível também perceber as diferenças entre Gigi e Keylor. Os deslocamentos do italiano são maiores, por naturalmente assumir posicionamentos mais altos para controlo de profundidade e cruzamento, tendo assim maior necessidade de ajustar em possíveis remates. Já o costa-riquenho, mais forte entre os postes que fora deles, adopta sempre posicionamentos mais conservadores e assim, mais perto da baliza, não tem de ajustar tantas vezes como o seu colega de posição. Porém, contextos semelhantes, posicionamentos idênticos.

3 Comentários

  1. O Benfica foi campeão da youth league…

    Nem uma “curta”, nem uma referência, num blog tão dedicado à formação e ao que está por detrás dos resultados?

    Acredito que vão falar sobre o assunto. Que, creio eu, tem muito sobre o qual escrever e analisar.
    Mas as prioridades… estão maradas.

    Não precisam publicar, nem responder. Mas como leitor assíduo, fica o toque. E a estranheza.

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