Propostas ofensivas apaixonantes

O Arsenal de Arsène Wenger continua simultaneamente a ser uma das propostas de jogo mais apaixonante da Premier League, e uma organização defensiva que não corresponde ao que a equipa é capaz de fazer com bola.

É como um micro clima na Premier, pelo jogo a que se propõe, e pelos erros que comete sem bola. Uma equipa com uma mobilidade incrível, que lhe permite encontrar de forma aparentemente fácil saídas para o ataque a cada instante.

O novo sistema de Wenger (5x2x3) parece pensado sobretudo para aumentar a competência defensiva. Um preparar do encaixe da primeira fase defensiva na comum saída a três na construção adversária.

Porém, defensivamente, joga um jogo do tudo ou nada. Muitas vezes sem controlo. Ou recupera e mata, ou fica desequilibrado e é morto. Na construção adversária pressiona a todo o campo em 1×1. E se tal lhe permite ou várias recuperações e poder transitar logo com adversário aberto, ou assumir o jogo todo em organização ofensiva, quando adversários optam por bater longo e oferecer a posse, também é verdade que no nível Premier League, há demasiados jogadores capazes de fazer a diferença e na pressão sair em drible. E aí, todo o sistema de 1×1 ao longo do campo se desmorona. Não há linhas defensivas, não há coberturas. Há apertar nas costas a todo o instante. O que provocará imenso desconforto, pela falta de hábitos que quem recebe tem, de ser pressionado de tal forma, numa era em que a defesa zonal é apanágio de quase todos. Todavia, basta um erro. Um erro, e tudo poderá cair.

Na International Champions Cup realizava uma partida incrível contra o Chelsea de Conte, sempre mais próximo do golo, sempre mais próximo da baliza adversária. Um tropeção de Mertesacker e todo o jogo virou.

 

 

 

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

3 Comentários

  1. O que me custa a acreditar é o que o Arsene Wenger lhes dê instruções para se comportarem desta forma… O Mertesacker não é capaz de dar dois passos à frente e colocar os 2 (!) adversários em fora de jogo? Não treinam isso? Nunca viram o Luisão só pode… Pergunta: é responsabilidade do Wenger ou do Mertesacker esse movimento? O Mertesacker já não tem idade/experiência suficiente para fazê-lo? Ou não terá instruções para isso?

    É inacreditável tantas épocas depois e comportarem-se defensivamente desta forma…

    Cumprimentos Maldini

  2. O último vídeo é qualquer coisa…

    Ainda assim, acho que basta um ajuste para ter maior sucesso contra quase todas as equipas da Premier League (não o Chelsea, pelo sistema que joga):

    – Ala do lado contrário fica com comportamento zonal

    Deste modo, mesmo que todos os outros estejam com o seu, o ala irá garantir um mínimo de superioridade no corredor central, deixando liberto um adversário que estará no lado oposto à bola.

    Ainda assim, acho que o H-H pode ser benéfico nalgumas situações de jogo, mas não como o Arsenal o fez.

    Curioso para ver como será o jogo contra o Benfica.

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  1. Controlar – Pressionar. Referências para passar de um para o outro. Sporting. – Lateral Esquerdo

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