Fecho da Jornada

Na Luz. Um Arouca muito atrevido, a causar muitas dificuldades ao Benfica, sobretudo pelo número de novos elementos na equipa de Jesus com pouco tempo de trabalho com o treinador. Já se sabe que a forma de Jesus organizar a equipa é difícil de interpretar, e é demasiado exigente para Talisca e Samaris ao mesmo tempo, no mesmo onze. De realçar, também, que neste início de época, como seria de esperar, as  vitórias do Benfica têm sido mais fruto da qualidade individual dos seus jogadores (com Eliseu, Talisca, e Sálvio na frente do pelotão) do que do trabalho colectivo ao nível ofensivo. O número de pontos que Jesus conseguiu até ao momento têm muita sorte misturada. A sorte de não sofrer golos, fruto dos problemas de interpretação do modelo de jogo (parte defensiva) por parte dos seus jogadores.

No Dragão. Um jogo que já se esperava dividido tendo em conta a organização que Lopetegui tem estruturado e procura fazer evoluir. Compreendo que neste momento o treinador possa estar mais focado naquilo que a sua equipa possa fazer com bola, do que naquilo que faz nos momentos de organização defensiva. É uma opção de cada treinador, e cada um tem o seu caminho. No entanto, tendo em conta a distância entre os jogadores do Porto é uma tarefa para 6 Jacksons reagir rápido e recuperar, ou perturbar de forma evidente o portador da bola. Como o Porto não tem 6 monstros físicos na frente torna-se fácil para jogadores de qualidade sair com alguma (para não dizer muita) qualidade em transição ofensiva. É uma tarefa hercúlea para quem defende tentar recuperar, tendo em conta o espaço que há para defender, e o portador da bola estar constantemente em boas condições de criar lances de golo. Depois, nota-se que o trabalho de organização, bem como de transição defensiva (quando não recupera num primeiro momento) tem muito por onde evoluir. Fica sempre, para mim, a impressão que o Porto pode marcar dez golos, mas que também pode sofrer outros dez.
PS: Não percebi como é que foi possível, ao intervalo, o comentador do jogo elogiar a colocação e organização defensiva das duas equipas.

No Restelo. Lito Vidigal a trazer de volta o 4-2-4 ao campeonato nacional de seniores. Na segunda parte, com bolas jogadas na frente para um avançado pentear e os restantes a aparecer no espaço. Assim foi a construção do Belenenses em todo o segundo tempo. Por outro lado, Domingos Paciência responde com uma linha defensiva a tentar jogar zona, com uma linha média a procurar marcar os médios contrários, e uma linha avançada onde os extremos só descem se o lateral contrário sobe. Muito pouco futebol, corredor central para jogar nas primeiras, segundas e terceiras bolas, procura incessante do cruzamento, equipas partidas, sectores distantes, muito espaço para jogar, e um número ridículo de transições ofensivas mal aproveitadas.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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