Então, como segurar Weigl na construção?

O Dortmund brinca com isto. Podia estar ali qualquer um na vez de Markovic que seria igual

Vitor Pereira ontem no “Grande Área” quando confrontado com a possibilidade de que teria sido diferente para o Sporting ter jogado Bruno César no lugar do sérvio.

Continua, por vezes, a não se entender verdadeiramente o trabalho do treinador. Como em tempos Jesus referiu: “isto não é tira um e mete outro e está feito”. Na verdade pensar assim, é entregar o jogo ao misticismo.

Tinha duas possibilidades de fazer diferente o Sporting para aumentar as dificuldades na construção ao Dortmund e sobretudo a Weigl. E naturalmente que ambas seriam opções tácticas e não tecnicas!

1. Primeira linha de pressão mais baixa. Saindo aos centrais uns metros mais atrás, na entrada do seu meio campo defensivo, a distância para a linha média seria bastante menor. Com menos espaço, daria tempo a Elias de sair para pressionar após cada bola que entrasse em Weigl. Corrigia-se o imenso espaço entre duas primeiras linhas ofensivas leoninas e colocava-se maior pressão sobre quem recebia ai.

2. Posicionamento diferente no pressing dos dois da frente. Passando para um 4411.Com avançado a pressionar central pelo seu lado interior com movimento em L, cortando linha de passe para o outro central, enquanto Markovic ficaria em diagonal nas costas de Dost, sempre preocupado com Weigl. Obrigaria a saída em progressão pelo central ou passe para o lateral.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

20 Comentários

  1. Terceira opção, subir linha de pressão dos dois médios, sendo que neste caso se arriscaria a que a bola alguma vez entrasse nas costas dos médios, entre linhas. A inteligência do jogador também se vê na interpretação que tem do jogo, neste caso, marcovic reparando no que se estava a passar bem que podia dar dois passos atrás em vez de andar a ver o jogo sempre de frente para a própria baliza.

  2. Qualquer uma das opções que apresentas é válida, mas pessoalmente prefiro a 2ª. Principalmente se um dos centrais for mau, defendo mesmo que se deixe o central subir por aí sozinho e esperar que ele se enterre…

  3. Caro Paolo Maldini

    Encurtar o campo não era opção, pois a linha defensiva do Sporting seria sempre batida em velocidade com bolas metidas nas suas costas.

    Primeiro posicionamento defensivo, Bas Dost entre os centrais, limitando a velocidade de circulação de bola e tentando impedir a variação de flanco.

    Markovic atento ao posicionamento de Weigl impedindo-o de receber bola no meio campo ou se conseguisse receber que estivesse sob pressão, isto poderia obrigar Weigl a recuar para receber a bola o que facilitaria o trabalho defensivo da equipa.

    • Caro Paolo Maldini

      O objectivo seria que a bola não “entrasse” em Weigl ou se recebecesse que estivesse pressionado por Markovic ou ainda melhor que Weigl tivesse que recuar para receber a bola mantendo Markovic o seu posicionamento.

      Elias e WC seriam poupados ao vai vem e estariam mais aptos e frescos a lidar com Gotze e Kagawa.

      • Caro Mike Portugal

        Não é por acaso que o Markovic está onde está em vez de estar onde podia estar, mas tem muito potencial, talvez consiga regressar ao Liverpool. Não esquecer que a Premier League é a melhor liga do mundo.

        Assim como a muitos outros falta-lhe um “bocadinho assim” de profissionalismo.

      • http://www.rtp.pt/play/p2270/grande-area

        A partir de 38:10

        «…o sistema ou a estrutura em si a mim não me diz nada.(…)Porque eu vejo equipas a jogar em 433 que têm uma dinâmica totalmente diferente tanto a atacar, como a defender.(…)A estrutura é um ponto de partida, a partir daí a dinâmica… Há quem goste de jogar com os alas por dentro, há quem goste de jogar com os alas bem abertos; os médios… daqui a pouco vamos falar do Dortmund.»

  4. Viva Maldini, não vi o programa, mas pergunto: as declarações dele não seriam mais no sentido de elogiar a forma de jogar do Dortmund?

    Porque a abordagem à construção do Borussia foi má e era possível corrigir, porque continuo a achar que não era tanto culpa do Markovic, mas mais do Elias.

    No entanto, acho que o Vítor Pereira pretendeu elogiar os alemães, caso o Sporting mudasse a forma de abordar o jogo (usando uma das tuas opções, por exemplo), o Dortmund continuaria a consegue arranjar soluções.

    Um abraço

  5. E se o vitinho sabe bem do que fala, pegando na tua segunda opção, era sempre isso que o Porto fazia contra o Benfica de JJ, obrigava o benfica sempre a sair pelo Luisao, nunca deixava a bola ir para o outro central mais forte na progressão, o avançado ficava sempre a cortar essa linha de passe para o Garay/D.Luiz

  6. Não concordo com Vitor Pereira quando diz que podia estar qualquer um no lugar de Markovic. Há jogadores que têm uma mentalidade mais agressiva (Slimani) na pressão e outros nem por isso (Bas Dost e/ou Markovic). Isto pode fazer bastante diferença, se tu souberes que vais ter alguém que não te dá um centímetro de espaço em campo e condiciona-te psicologicamente, pois vais estar sempre a pensar se o gajo não estará já nos teus calcanhares cada vez que recebes a bola.

    Dito isto, é óbvio que não bastava a mudança de jogador para tudo ficar bem. Teria que haver alteração tatica no sentido de encurtar o campo para os Alemães.

    • Sim. Seria mais dificil c sli na vez de dost. O q teria acontecido talvez fosse mais atrasos ao gr c a agressividade do sli… demorariam um pc mais a fazer a bola entrar ali e consequentemente entraria menos x…Mas entraria na mm

    • Ele diz aquela frase num contexto de análise ao comportamento colectivo e aí faz sentido. Recomendo que se veja o vídeo.

      Estre programa de TV é assim sempre tão focado na bola corrida? Sou capaz de começar a ver se for.

  7. Mas no caso do marko ficar em cima do weigl no 4-4-1-1, o central podia dar no weigl e ele dar de primeira( tem capacidade para isso) para o outro central, e o outro central ia ter imenso espaço para progredir.

  8. Acho que para além deste problema posicional houve alguma falta de intensidade em muitas acções defensivas, não só na pressão. No primeiro golo, por exemplo, nota-se que o Semedo mete o físico a pensar que ia ganhar fácil aquela bola, porque na liga PT é quase sempre assim que acontece. Mas como o Aubameyang não é o Salvador Agra, aguentou a carga, bateu o central em velocidade e picou por cima do Patrício. Nos confrontos seguintes, embora fosse tendo as dificuldades naturais de qualquer central que jogue contra um avançado daqueles, não voltou a facilitar tanto.

    Neste caso, acham que JJ (ou outro qualquer) no banco teria conseguido corrigir o posicionamento ou são alterações demasiado complexas que só ao intervalo é possível transmitir aos jogadores?

  9. A questão como está colocada dá-te razão, mas eu por exemplo achei que tendo em conta as características do Dortmund e a forma como o Weigl joga – é muito forte e não estou a falar das apetências físicas do rapaz, é daqueles que até a andar tem classe – a entrada do Markovic foi estranha.

    Exactamente porque ele não está em boa forma (física e técnica) e ainda por cima não tem jogado muito como segundo avançado, julgo eu. Tem falta de rotinas e o Markovic não é propriamente bom no jogo posicional. O próprio treinador disse a semana passada que ele tem falta de ritmo e que passou duas semanas nas selecções praticamente sem jogar e sem treinar.

    Durante o jogo isso verificou-se: o Markovic não teve pedalada nem inteligência para incomodar, nem que seja levemente, o trabalho do Weigl na saída de bola. Na segunda parte já foi um bocado diferente e não sei se houve assim tantas mudanças tácticas (também não vi o jogo com atenção, rodei por outros estádios).

    Claro que isto é apenas um pormenor, quando estava a ver o jogo a minha ideia teria sido baixar um pouco a linha de pressão para não dar tanto espaço para os passes entrarem – e para quem recebia do Dortmund não ter tanta liberdade como teve.

    Eu achei que o Sporting preparou mal o jogo ou preparou alguma coisa que não deu certo. O Weigl tem muita, muita qualidade e durante uma hora e meia vai conseguir sempre desmontar o adversário umas quantas vezes (até porque o Dortmund tem soluções colectivas para quase tudo, especialmente em todos os movimentos com bola), mas na primeira parte o Sporting não o fatigou nem um poucochinho… O rapaz jogou com liberdade total.

    Veremos o que vai acontecer daqui a menos de duas semanas.

    Não sabia que o V. Pereira estava de volta à RTP, vou ficar atento porque é sempre uma alegria ouvir o senhor.

  10. O Porto de Vitor Pereira, de que me lembro contrariava bem a saída a 3 do SLB, inicialmente deixava sair a jogar (ie, centrais recebiam a bola do GR sem pressão) e depois subia a equipa… PL e Lucho caíam nos centrais a medida que a bola entrava neles, e o 2o médio (Moutinho) subia para o trinco.

    Tem um risco elevado dos centrais conseguirem por a bola com qualidade atras da linha da linha de pressão, mas, os centrais se arriscarem essa solução também correm o risco de que se o passe e interceptado ficam numa situação de igualdade.

    O SLB acabava por tentar sair e depois por a bola na frente sobre pressão.

    Ps: ter um médio como o Moutinho que na altura conseguia cobrir bastante campo ajuda nesta estratégia,

  11. Eu pensei que o Jesus percebia muito de tática mas pelos vistos é só quando corre bem. Aí é logo um artigo a elogiar o cérebro .
    Desta vez se calhar o treinador era o Raul José.
    Não percebo muito de tática mas a minha opinião em relação ao Jesus é que ele não tem flexibilidade no modelo dele. É muito bom a conceber e a implementar um modelo de jogo mas depois quando algo salta fora da equação tem muita dificuldade em encontrar solução para resolver o problema.

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