No jogo da primeira volta na Alemanha, o FC Porto de Sérgio Conceição entrou a querer pressionar no campo todo, e com isso acabou condenado em terras germânicas.
Aqui foi analisado o jogo em Leipzig.
O pressing pressupõe sempre um certo desequilíbrio defensivo, por melhor preparado que esteja. Se vou sair a apertar na grande área adversária ou nas suas imediações, porque o campo é demasiado grande, a equipa vai sempre alongar-se mais do que o desejado para manter o bloco compacto. Em cada plano de jogo ao treinador cabe perceber a qualidade e soluções dos adversários para definir entre outras coisas, o espaço onde inicia a tentativa de recuperar.
Era importante estarmos compactos e coesos e isso não aconteceu
Sérgio Conceição
Quando não há posse, maximizar as hipóteses de não sofrer golo, não é um sinónimo de pressionar sempre. O controlo posicional pressupõe outros comportamentos que não o de querer recuperar sempre alto. Decidir alongar a equipa tem de ser sempre algo bem pensado, e sobretudo partindo do conhecimento sobre o adversário.
Em Leipzig a equipa azul e branca perdeu-se entre o ir pressionar e o defender bem.
Quis apertar na saída adversária. Quis apertar sempre, e os alemães saíam e encontravam depois os espaços que o Porto dava pela opção tomada relativamente à distância para a própria baliza em que começava a defender.
Sérgio Conceição não pode ao mesmo tempo esperar a equipa compacta no campo, e induzir os seus jogadores ao pressing apresentado na Alemanha.
Toda a estratégia no Dragão passou pela correcção do que por cá havia considerado um erro estratégico. O FC Porto trocou o pressing pelo controlo defensivo, esperou o seu momento e foi feliz.
Entre o momento que o Leipzig empata, numa das raras vezes em que conseguiu colocar a bola de frente para a última linha azul e branca, ao contrário do que sucedeu sucessivamente na Alemanha, e o momento em que o FC Porto volta a adiantar-se, foi decisivo a opção dos alemães de nunca sair a jogar. Os pontapés de baliza sempre longos em tal período permitiram manter o FC Porto sempre junto. Porque teria de correr atrás do resultado, com menos tempo para o construir não se sabe se não voltaria o pressing cego, e se não se abririam espaços entre linhas como na Alemanha.
Assim, ao longo de todo o jogo, estrutura dos azuis e brancos sempre compacta como pretendeu Sérgio Conceição, raramente consentindo espaço entre sectores por onde o Leipzig pudesse entrar, raramente estendendo a equipa por mais do que trinta metros. Mesmo quando avançados (Aboubakar e André André) apertavam um pouco mais, a linha média não perdia distância para a linha defensiva.
Do controlo defensivo até ao vencer de duelos nas bolas paradas se deu o passo que poderá ser decisivo para abrir as portas dos oitavos.
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Mas isto foi sem bola. Na primeira parte, com bola, após recuperação, pressa e ânsia em sair rápido, pelo meio e inúmeras perdas. Repetidamente. Melhor na 2ª. SC vai aprendendo e apreendendo. Corrige, mexe, impacta. Besiktas => Mónaco, Lepzig (1ªvolta) => Leipzig (2ªvolta). Talvez, nalguns casos, falte “visionar” e antecipar, para preparar, sem ter que ir ao choque da relva, perder, para rever e emendar.
Processo de aprendizagem e evolução. Para crescer com alma.