No jogo todo o rendimento depende de duas variáveis fundamentais. Posicionamento e tomada de decisão / execução.
Estatisticamente conseguimos avaliar a execução (o passe chegou ao meu colega? o remate terminou no fundo da baliza?), porém, sem a análise da tomada de decisão, a própria acção mesmo que bem sucedida (o passe que chegou ao colega!), não pode ser avaliada pela estatística. Se havia uma linha de passe melhor, o bom passe (que chega a um colega) não é um bom passe!
Do posicionamento não é sequer possível retirar qualquer dado. Porque de nada interessa saber onde está o jogador, porque tudo depende do posicionamento da bola, colegas e adversários.
Há uns tempos trouxe o exemplo de Lisando Lopez:
Lisandro, é tido como o melhor central do Benfica. Porque somará muitos desarmes e vencerá muitos duelos, entre outras variáveis. Mas como se avaliará estatisticamente o seu posicionamento? Recorde o golo do empate do Moreirense na Taça da Liga, e a distância a que estava de Jardel, e a altura a que estava de Ederson com bola tão próxima? Não poderá o mau posicionamento ser a causa de posteriormente se ter de intervir mais? Mau controlo da profundidade, bola nas costas e lá vai em sprint resolver o lance e ganhar pontos na avaliação individual. Bom posicionamento da profundidade e o passe não sai, nem intervém. Jogo menos conseguido.
O central argentino já figurou na lista dos melhores centrais da Liga do ponto de vista estatístico. Tem muito cortes e muitos duelos aéreos ganhos, com certeza.
Lisandro que tem um registo absolutamente invulgar, por ter o Benfica sofrido 31 golos no somatório dos 22 jogos em que o argentino foi titular entre a temporada passada (que até foi a época de melhor registo defensivo do Benfica em largas décadas!) e a presente, e porque nos 22 jogos que realizou jogando de início, apenas em 4 (todos na temporada passada) os encarnados garantiram uma “clean sheet”, dos quais três em jogos das Taças domésticas, e somente um numa prova de maior competitividade, é precisamente a maior prova do quão falível é tentar avaliar um jogador por números.
Os seus bons registos estatísticos parecem crescer à medida que crescem os golos que o Benfica sofre.
Precisamente porque o que importa no jogo, não é mensurável quantitativamente. O próprio registo defensivo catastrófico do Benfica com Lisando em campo, poderia até nem ter nada a ver com os comportamentos defensivos do argentino.
Para perceber o como um posicionamento pode definir o rumo de um lance, mesmo quando não se toca na bola, observe o cruzamento que sai com bola sensivelmente na mesma posição, e a diferença de posicionamentos entre Mathieu e Lisandro Lopez (a situação de jogo é muito próxima, e com bola naquele espaço, observamos o posicionamento destes jogadores porque são os defesas centrais do lado da bola, e portanto, que determinam a altura da linha defensiva, porque não conseguem ver o campo todo. O central do lado oposto já consegue ver o colega, e portanto é a ele que cabe alinhar por quem definiu a linha) . O que proporciona um e o que proporciona outro. Não determinado somente pela qualidade do gesto técnico do executante, mas sobretudo pelo posicionamento dos defesas.
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Muito bom. Concordo em absuluto. O Lisandro com outro treinador e com outros metodos de equipa teria (se sair!) rendido muito mais. Infelizmente e actualmente penso que o seu futuro no benfica não têm sentido. Gosto bastante do Lisandro com um defeito enorme para central (perde alguns duelos de cabeça a nivel defensivo, algo que pode ser corrigido), uma mais valia tremenda (numero de cabeceamento ganhos ofensivamente em bolas paradas, o que não deixa de ser curioso esta analise defensiva/ofensiva) e algo que o define (para o bem e para o mal (atualmente)) jogador com bola e tecnica que dá segurança quando o adversario pressiona alto e cria o 1º desequilibrio. Actualmente é péssimo e carateriza-o como péssimo central pois têm de ficar demasiadamente com bola sem que haja qualquer movimento coletivo no sentido de criar linha de passe e desiquilibrio ofensivo na 2ª/3ªfase levando-o (erradamente) a correr com bola sem qualquer sentido e fazendo passes de risco ultra-elevado na zona central!
O Lizandro é um claro exemplo que a estática não é a base do futebol. Como referido e bem no artigo o Lisandro só tem essa estatística porque de quando em vez corrige os próprios erros gritantes do nivel do posicionamento.
Gostava de ver uma análise comparativa com estáticas opiniões e situações de jogo entre o Lisandro e o Ruben Dias
O lisandro é a prova que um jogador não pode evoluir não jogando … eterno suplente !!! Quando foi empretado ao getafe brilhava na liga espanhola, jogando num bloco baixo o oposto do que sucede no benfica. Não deixa de ser curioso o que refere o Henrique que é um jogador que nas bolas paradas ofensivas oferece muito e nas defensivas perde os lances praticamente todos… a ser verdade as notícias que chegaram a dar 11 milhões por este jogador e não se aceitou … enfim ….
Maldini, um pedido gostava de ler algo sobre por exemplo a explosão de cristante no Atalanta, como é possível emprestar se um jogador com este nível sem ter oportunidades nem na pra época (há coisas que não se percebem). Abc
O Lisandro é o Sergio Ramos dos pobrezitos. Rei no individual, miserável no cognitivo. E marca muitas vezes o seu golito de BP no último quarto de hora, para mais ajudar à comparação.