“Águas” é um apelido que ficará para sempre cravado na História do Futebol Português. Um apelido associado a conquistas, à técnica e a golos, mas sobretudo a uma forma muito própria de jogar futebol, associando qualidade à apurada elegância e classe. Primeiro o José, depois o Rui e, agora, o Martim. Uma interminável descendência e um nome que não quer deixar de ser lembrado.
Martim Águas é o novo nome que destacamos nesta rúbrica. Para quem ainda não sabe, Martim é neto de José Águas (antiga glória do SL Benfica e um dos bi-campeões europeus que ficarão para sempre na História dos “encarnados”) e filho de Rui Águas (também ele ex-jogador do SL Benfica, bem como do FC Porto e actualmente ao serviço de Cabo Verde como seleccionador nacional).
Ao longo do seu processo formativo, Martim passou por alguns clubes desde as Escolinhas até aos Juniores, nomeadamente pelo Sporting CP, CS Marítimo, SC Braga, SL Benfica, Real SC e, finalmente, o Casa Pia AC onde terminou a Formação. Na temporada de 2012/2013 estreou-se como jogador Sénior pelos “Gansos” e acabou por cumprir três temporadas ao serviço da equipa de Pina Manique. Em 2015/2016 mudou-se para o GD Vitória de Sernache onde jogou metade da temporada, acabando essa mesma temporada ao serviço da SU 1º Dezembro. Foi precisamente com a camisola da equipa do concelho de Sintra que fez as suas melhores temporadas e onde se deu a conhecer quando defrontou o SL Benfica, numa eliminatória da Taça de Portugal, na temporada de 2016/2017. Nesse jogo chegou mesmo a marcar um golo e a colocar a SU 1º Dezembro na frente do marcador. Na presente temporada rumou ao CD Pinhalnovense e as suas exibições têm sido prometedoras, ao ponto de poder superar os números das suas melhores temporadas. Poderá ser esta a temporada de viragem para Martim, de forma a dar o salto para um outro nível.
Martim carrega um apelido com algum peso, mas este não se parece deixar intimidar tal é a forma como procura imprimir a classe que lhe corre nas veias em cada jogada, em cada pisar do relvado, em cada controlo de bola.
Características físicas:
Martim tem uma altura de 1,79m e apresenta uma condição física bastante interessante que o ajuda na regularidade com que se apresenta em campo. O facto de ser um jogador relativamente leve para a sua altura (pesa somente 70kg) fá-lo ter uma boa velocidade com e sem bola. Não se trata de um jogador de duelos físicos e, por esse motivo, tem a capacidade de fugir ao contacto directo por intermédio dessa mesma velocidade.
Características técnicas:
Martim tem como pé preferencial o direito, não utilizando com muita frequência o pé esquerdo. Destaca-se por ter uma boa capacidade ao nível do drible, do controlo de bola e primeiro toque, mas também do passe – principalmente o último passe. Em termos da finalização em si haverá ainda algum espaço para evolução, apesar de não ser uma característica fundamental para aquilo que lhe é pedido em campo. Martim é também um muito razoável batedor de bolas paradas, principalmente grandes penalidades.
Como joga:
A essência de Martim está muito ligada à sua dinâmica de jogo. Gosta sempre de procurar o espaço entre linhas por intermédio da inteligência com que se movimenta em campo. Caso lhe permitam espaço, é capaz de criar com extrema facilidade oportunidades para si e para os seus companheiros de equipa, fruto da sua visão de jogo, capacidade decisória e, claro está, jogo sem bola. Por este motivo, mostra ter um sentido muito apurado quando a bola chega ao último terço. Martim joga preferencialmente nas costas da referência da equipa, como um médio-ofensivo ou segundo avançado, fazendo a ligação entre o meio-campo e o ataque.
Bruno Costa
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