Desafie o Perito – O regresso das Ligas Nacionais na Europa

Semana de jogos grandes por toda a Europa e nós voltamos com o desafio semanal habitual!

DESAFIE-NOS AQUI

  1. Everton x United 

Depois de um arranque tremendo que o guiou à liderança, o Everton de Ancelotti quebrou e soma duas derrotas consecutivas na Premier League. A ausência de James fez-se notar e o processo criativo dos toffes perdeu competências, mas nem por isso Calvert-Lewin perdeu preponderância em zonas de finalização. A recepção ao United resgata um jogo de competitividade tremenda, entre duas equipas de estilos bem diferentes. Enquanto a equipa de Ancelotti procura pausar e pensar o jogo ofensivo partindo do seu ataque posicional, o United de Solskjaer vive das acelerações e da velocidade dos homens da frente. Rashford e Martial tornam-se mais perigosos em situações de contra ataque, sobretudo quando servidos por Bruno Fernandes e Pogba. Embora atravessando momento doméstico muito complicado, as agulhas táticas da própria partida poderão trazer um jogo mais conveniente ao United que encontrará nessa particularidade a forma de compensar o factor casa do adversário.

2. Chelsea x Sheffield

A nova temporada dos comandados de Chris Wilder não está a ser fácil, tendo a equipa de Sheffield somado apenas um ponto em sete partidas, e a deslocação a Londres para enfrentar um Chelsea que cresce de produção de dia para dia, não se afigura o jogo ideal para a retoma.

A organização defensiva a cinco procurará fechar caminhos e poderá até equilibrar o resultado, mas nunca o jogo. A dinâmica da equipa de Lampard cresce no critério dos seus médios de suporte – Jorginho e Mount, têm ainda a capacidade de criar mesmo partindo de posições mais recuadas, e na frente Timo Werner começa a demonstrar argumentos não apenas de criador mas também de finalizador. O poderio individual do Chelsea que reune capacidade criativa e de finalização tem as armas necessárias para detonar qualquer organização por mais defensiva que essa seja, sobretudo quando do outro lado poucas saídas ofensivas acontecem.

3. Barcelona x Bétis

Embora com dois jogos a menos que lhe possam mudar o destino, o Barcelona recebe o Bétis de Pellegrini partindo atrás na classificação e depois de três jogos sem vencer na Liga.

O 4x2x3x1 de Ronald Koeman contrasta com a história habitual de um meio campo com um “6” e dois interiores, mas tem potencial pela competência de De Jong, Pjanic e Busquets de garantir em simultâneo proteção defensiva e saídas ofensivas até às zonas de criação onde Messi e Ansu Fati dinamitam no drible e no último passe que explora verticalidade de Griezmann e Dembelé qualquer organização. 

Sanabria, Joaquin e a velocidade de Tello são as armas de um Bétis que se organiza num 4x3x3, fechando espaços defensivos em 4x1x4x1. No meio Canales e Fékir têm a classe que tira oponentes do caminho e descobre situações óptimas para na frente o jogo se acelerar. Embora o favoritismo seja claro, pelas suas soluções ofensivas, o jogo de Camp Nou promete, pelas características individuais de ambas as equipas, ser uma partida de grande atractividade ofensiva.

4. Dortmund x Bayern 

Confronto de líderes e de habituais rivais no jogo grande, não da semana, mas do ano na Bundesliga.

Se há quem possa parar o Bayer, o Dortmund de Lucien Favre é a equipa. Partindo de uma organização robusta 5x4x1 sem bola, o Dortmund não terá problemas em conceder iniciativa ao adversário, ficando à espera do momento em que é também bastante mais perigoso. É na transição ofensiva com os movimentos e poderio físico de Haaland e a condução veloz de Sancho que mais poderá colocar o Bayern em causa. O poderoso orientado por Flick surgirá em Dortmund a tomar as rédeas da partida – Não sabe jogar de outra forma. Pressão forte na construção roubará a bola e depois assumirá o jogo pela construção de excelência de Alaba e Kimmich, jogadores que colocam pausa e critério nas saídas ofensivas. Gnabry e Sané desequilibram em espaços abertos ou fechados e só mesmo a densa organização contrária poderá colocar dificuldades ao poder de aceleração da dupla de extremos que procura alimentar Lewandowski, o homem que não pára de marcar. 

Promessa de um jogo bem ao jeito tático do Dortmund, o que desde logo poderá trazer equilíbrio para o confronto.

5. West Brom x Tottenham

Ainda sem qualquer vitória na Liga, o West Bom que reune provavelmente o lote menos qualificado de jogadores entre todas as equipas da Premier procurará quebrar o ímpeto interno do Tottenham de Mourinho. Os nossos velhos conhecidos Krovinovic e Matheus Pereira procuram dar o toque de criatividade necessário ao processo de criação ofensiva, mas demasiado desapoiados enfrentam dificuldades para gerir a bola numa equipa que baseia todo o seu processo no momento defensivo. 

Outrora poderia esperar-se problemas inultrapassáveis para uma equipa de Mourinho quando o adversário dá a iniciativa e corta possibilidades em contra ataque, mas este Tottenham que junta a mestria entre linhas de Harry Kane – O temível goleador que assiste – e tem Son, fenómeno à solta a explorar espaços curtos ou abertos, e ainda conta agora com o regresso de Gareth Bale, tem soluções para fazer golos em qualquer forma de ataque. Do posicional ao rápido. E a deslocação poderá confirmar o crescimento interno do modelo de Mourinho.

6. City x Liverpool

Confronto tremendo entre os dois últimos campeões e os maiores dois candidatos ao título maior. O arranque em falso dos citizens parece ultrapassado, e vencendo o confronto que tem em atraso distanciará apenas dois pontos do agora líder Liverpool. 

Um autêntico choque de estilos de nível mundial. O jogo desacelerado em zonas baixas, mas criterioso que procura entrar nas costas da pressão adversária para então acionar a velocidade de execução de Mahrez, Sterling e Ferrán Torres, encontrará a pressão constante sobre adversário, visando dificultar enquadramento que o meio campo do Liverpool sempre proporciona. Agora com um trio ofensivo verdadeiramente demolidor a acelerar com espaço e a definir – Jota juntou-se a Mané e Salah – mesmo que conceda iniciativa ao adversário, o Liverpool encontrará sempre oportunidades para atacar com espaço a linha agora comandada por Rúben Dias. 

Expectativa de um jogo de muitas oportunidades e pela definição brilhante dos intervenientes… com golos!

7. Valencia x Real Madrid

Os tempos áureos do Valencia tornam-se cada vez mais distantes. Depois de uma perda de talento brutal – saídas de Ferrán Torres e Rodrigo Moreno, tudo o que sobra é a organização defensiva que Javi Gracia impõe na sua equipa. Fechado em 4x4x2, o Valência procurará antes de tudo o mais dificultar o jogo com bola do Real, fechando espaços e esperando momento para acionar o poderio de Maxi Gomez na frente. O nível individual decresceu de forma abrupta e o confronto contra um Real Madrid em clara recuperação trará um jogo que poderá tornar-se de sentido único em termos de criação. 

Varane e Sérgio Ramos assumem duelos defensivos e permitem que a equipa não seja tão rigorosa no encurtamento de espaços por possuir quem controle facilmente espaços mais largos. Casemiro e Valverde dão o suporte defensivo necessário que permite soltar Kroos para tarafas de maior organização tática. Com Hazard de regresso, o jogo do Real assume maior criatividade apresentando mais soluções ofensivas, até pela forma como Benzema entende o jogo de forma colectiva.

Um jogo sempre apetecível, mesmo que ambas as equipas não apresentem o jogo de outrora.

8. Atalanta x Inter

Depois de noites trágicas na Champions – Muito mais a Atalanta que se viu goleada em casa perante o Liverpool, o regresso à Série A de Atalanta e Inter preparará o “sarar” de feridas.

A intensidade competitiva da equipa de Gasperini que coloca pressão sobre cada adversário, permite recuperar a posse e sair rápido com Papu Gomez a definir muito bem os espaços onde a bola poderá entrar para as rupturas de Muriel e Zapata. 

Perante um Inter muito bem definido taticamente, essa capacidade de recuperação será o ponto chave para colocar dificuldades à equipa de Antonio Conte.

Um confronto entre sistemas parecidos – 3x5x2 com bola, com equipas que terão de adaptar a sua primeira fase defensiva para encaixar na saída a três adversária. Promessas de um jogo de forte matriz tática e intensidade bem expressa na pressão sobre a bola que a Atalanta sempre faz, mas também nas saídas em velocidade dos corredores nerazurri onde Perisic à esquerda e Hakimi à direita poderão desequilibrar o jogo.

9. Arsenal x Aston Villa

Depois de um arranque tremendo, o Villa cedeu nas duas últimas partidas e chega a Londres ainda à frente do Arsenal, mas não podendo perder para não ser ultrapassado. 

O 4x2x3x1 de Dean Smith junta uma linha de apoio ao ponta de lança de grande qualidade. Ross Barkley coloca precisão no jogo, Traoré velocidade, mas é Jack Grealish que enche o campo com desequilíbrio e criatividade. 

Em casa, Arteta volta a apontar a uma subida na classificação que reflita a qualidade do seu jogo, depois do triunfo em Old Trafford. O 3x4x3 com bola permite muita ligação ofensiva, e os médios Elneny e Partey trazem para o jogo não apenas o suporte em cobertura quando a bola chega ao último terço, mas também capacidade de transporte e de passe para o último terço onde a velocidade desconcertante de Auba, Pepe e Willian provocam desequilíbrios nas estruturas adversárias. Os gunners prometem resgatar o futebol de outros tempos e a partida com o Villa não apenas promete competitividade como um jogo de grande qualidade pela primazia pela criatividade que ambas as equipas colocam no seu jogo.

10. Lazio x Juventus

Confronto de grande nível na Série A. O tradicional campeão enfrentará na nova temporada maiores dificuldades do que as que está habituado, e a Lazio de Simone Inzaghi já provou poder bater o pé a qualquer opositor. 

Um confronto entre sistemas híbridos – A Juventus defende em 4x4x2, mas ataca com três centrais, já a Lazio também parte do sistema de três centrais no processo ofensivo, mas mantêm organização defensiva a três aos quais se juntam os dois laterais. 

O confronto nos corredores laterais entre Chiesa e Cuadrado, e Fares e Patric poderá ser o maior factor de desequilíbrio e possível vantagem no processo ofensivo de uma velha senhora que com o regresso de Dybala ao espaço entrelinhas e de Ronaldo às zonas de finalização ganha agora possibilidades não apenas para criar mas para ser mais eficaz em zona de finalização. 

O meio campo da Lazio – Pereira, Milinkovic-Savic e Luis Alberto – terá capacidade para fazer a Juventus sofrer na procura da posse, mas não terá facilidades no processo de criação perante uma equipe de Pirlo que junta bastante as suas linhas no 4x4x2.

Um confronto de grande matriz tática, com jogadores verdadeiramente capazes de desequilibrar, que não se pode perder.

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