Solteiros contra Casados na Luz

O bem orientado Paços de Ferreira não merece o título do jogo, mas a exibição do Benfica e no que transformou o jogo não merece outro epíteto.

Sete contra Sete remates no término da primeira parte revela as dificuldades que o Benfica sentiu no jogo. Ofensivamente mesmo que nem sempre forma fluida, a equipa de Jesus teve momentos soltos de potencial perigoso grande. Desperdiçou Darwin na cara do guarda redes e depois Pizzi. Perdeu também Rafa e Taarabt dois lances perigosos, mas tudo pareceu nascer de forma ocasional sem haver nunca um controlo sobre o Paços de Ferreira, que fosse expresso em instalar os posicionamentos em ataque posicional e ficar com bola a procurar desorganizar oponente, reagindo e recuperando a posse na perda.

As arrancadas em velocidade de Rafa foram o principal causador de desequilibrios encarnados, porém as dificuldades que tem no toque final – define invariavelmente mal, acabando por se embrulhar com a bola e / ou soltando-a para o espaço ou no tempo errado, e perdendo tantas vezes a vantagem que ele próprio gerava.

Do outro lado, um Paços de Ferreira com a identidade habitual – 4x5x1, esperando momento de intercepção em linha média para saltar em velocidade na frente. Criou um lance de perigo imenso – Otamendi perdeu referência posicional, foi batido e teve a felicidade de ver Douglas acertar em Odysseas, e marcou num golaço de Oleg – um dos bons valores da Liga – no seguimento de um pontapé de canto.

Para a segunda parte, Jesus colocou Gabriel por Weigl, com o claro intuito de recuperar mais vezes a bola e poder transitar, e tirou Pizzi que esteve sempre incapaz de dar seguimento a todos os lances que recebeu entre linhas – o transmontano tem dificuldades gigantescas para poder receber a bola com qualidade no gesto técnico e eficiência na orientação do corpo, e com isso limita os ataques que por si passam.

Gabriel foi o desespero habitual – Bolas para todo o lado a saírem de olhos fechados, ou pelo menos sem olhar – uma delas deu golo (?!), Gilberto errou mais do que o que acertou – como habitualmente – Começa a ser impensável que continue a jogar, e o Benfica com vários jogadores incapazes de dominar sequer uma bola – E há que juntar Darwin aqui, que já o referimos, tecnicamente é bem abaixo da média, não foi capaz de fazer três passes consecutivos.

A segunda parte na Luz foi uma das piores exibições de que há memória na nova Luz – e curiosamente foi até o período em que o Benfica inverteu o resultado, com os golo de Rafa e Luca. Tendo também um lance clamoroso de Seferovic e um “tiraço” de Darwin no travessão.

Sem ligar três passes consecutivos, obrigado a correr o triplo porque os seus jogadores mostram dificuldades técnicas e de decisão, a vitória do Benfica não foi “estrela de campeão”, porque não subindo nível, não terá sequer condições para se tornar incómodo.

Taarabt foi o menos mau, ainda assim alterna momentos de brilhantismo com passes errados em situações que a equipa não está preparada para perder a posse, e é também um dos responsáveis pelo jogo se partir e nunca estar controlado.

E um jogo verdadeiramente péssimo em termos exibicionais fez por merecer que o golo da vitória tivesse sido um “despejar” na fé para a grande área.

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