À sombra da Oliveira

Vantagens, domínio, desatenções, desvantagem e… reviravolta. Com selo de Luis Díaz, Evanilson e do, cada vez mais, inevitável Sérgio Oliveira, o FC Porto passou na Choupana sem um registo imaculado (e até digno de vários apontamentos para raspanete do mister), num jogo em que o domínio mais que evidente trouxe sabores e dissabores. Com Sarr no lugar de Zaidu, coube a Luis Díaz a missão de abrir na ala esquerda, numa missão nuclear para o sucesso que os azuis-e-brancos haveriam de ter nesta eliminatória da Taça de Portugal. Isto porque à falta de espaço no corredor central – onde um não mais que esforçado Taremi e um algo desaparecido Corona tinham dificuldades para criar – aparecia espaço no corredor para rentabilizar os desequilíbrios do colombiano. Daí que a viragem do centro do jogo com especial atração pelo colombiano tenha resultado num golo de belo efeito, que carimbou a estratégia que Conceição tinha para a primeira metade (deixar alas no um para um, foi grande parte da mesma). 1ª parte essa que fica ainda marcada por dois factores importantes.

Viragem rápida do centro do jogo permitiu a Díaz evitar a cobertura do médio do Nacional no primeiro golo. Algo que com maior lentidão não conseguiu apanhar desprevenida a organização defensiva dos madeirenses na 2.ª parte



Sendo um deles o habitual registo do Nacional em tentar sair curto e apoiado de trás, em iniciativas que tiveram duas caras nos 45 minutos iniciais. Um objectivo que teria de passar pela afamada pressão portista que quando batida deixaria sempre espaço para os alvinegros activarem as setas. Contudo essa intenção resultaria um par de vezes para em muitas mais ser parte nuclear do porquê do FC Porto ter dominado quase inteiramente a primeira-parte do encontro. Algo que, curiosamente, não se tem revelado propriamente num factor de estabilidade para os portistas. Isto porque o balanceamento ofensivo da equipa, nos jogos em que domina territorialmente, tem (por coincidência ou não) deixado os adversários com algumas facilidades nas descidas que conseguem. Por coincidência, ou não, repetimos, também neste jogo o Nacional foi extremamente eficaz quando teve oportunidade de encarar Diogo Costa, castigando o FC Porto com mais dois golos sofridos (numa contagem que deixará certamente Sérgio Conceição furioso). Golos esses que não deixam isenta de culpas a organização colectiva e que dentro da mesma encontraram ações individuais algo displicentes. É que Pepe (no primeiro golo) e Sarr no segundo, foram tudo menos incisivos e dominadores do espaço que deviam proteger.

Algo que forçou o FC Porto a ter que fabricar uma reviravolta que Evanilson iniciou (já depois do Nacional ter sido forçado a jogar com dez) e que Sérgio Oliveira confirmou (com Taremi a sublinhar). De registar também algumas duas saídas perigosas de um Nacional a jogar com dez, aproveitando o balanceamento ofensivo de um Porto já com Zaidu e João Mário a fazerem as alas e com Evanilson, Taremi e Marega para forçarem uma passagem que aconteceu mas com sustos provocados por um brioso Nacional da Madeira.

Viragem estonteante de Rochez pareceu surpreender Pepe que ficou algo estático. Poderia Nanu ter fechado mais?
Desde o momento que sai o passe até a bola encontrar Riascos, Sarr teve tempo mais que suficiente para cobrir a bola com outra efectividade no lance que deu o 2-1 ao Nacional

6 Comentários

  1. Bem sei que este espaço não se dedica a esta temática… mas qualquer análise a este jogo não pode deixar de mencionar a péssima decisão da equipa de arbitragem, a expulsar duplamente mal o central do Nacional, logo a seguir ao 2o golo dos madeirenses.
    Não há qualquer falta no lance… e a ser punido, teria que ser com vermelho, havendo assim ação do VAR. Mostrando amarelo, o segundo, não houve lugar a reavaliação do lance.
    Um erro demasiado grande, técnico e disciplinar, e demasiado grave, que estragou o que podia ser uma surpresa da Taça – que é, afinal, a beleza desta competição.

    O Nacional não merecia isto.
    Nem o futebol.

    • Faz parte do enquadramento do site não comentar arbitragens, até porque temos quem o faça por nós. Não me parece também que a crónica (conta o que fizeram as duas equipas no jogo na visão do autor) fique beliscada por não falar de arbitragem – conta o que foi e não o que poderia ou deveria ter sido. Ou seja não especula, analisa.

      Abraço

  2. Temos aqui mais uma (grande) novidade: especular é agora antónimo de analisar. BAHAH

    O que vale é que no caso do FCP é quase sempre tudo coincidência: os espaços concedidos ao adversário, os golos sofridos e até as recorrentes e obscenas arbitragens favoráveis. Mas isto já deve estar no domínio da especulação, com certeza.

    • Tudo o que dê jeito para a narrativa. Há comentários que são aprovados para que se veja o loop infinito em que alguns deles se encontram. E mais não é do que frustração por não verem o ego validado.

      Abraço, João!

Deixe uma resposta

O seu endereço de email não será publicado.


*