Um empate sem sal

Os mesmos problemas de sempre do líder do campeonato quando enfrenta blocos baixos como este B-Sad, que tem na organização defensiva a sua marca d’ água. Petit prometeu criar problemas em Alvalade e viu a sua estratégia ganhar corpo com um golo que lhe deu a vantagem no primeiro remate enquadrado, primeiro, e depois, com uma magistral defesa de uma grande penalidade, a negar o empate aos Leões.

Na estratégia de Petit existiram dois fundamentos essenciais: o primeiro visou condicionar o jogar verde e branco no seu início de construção, sabendo que o padrão de saída é por fora para depois circular por dentro. Consciente disso, Petit potenciou constantes superioridades no miolo escondendo a bola das ligações leoninas ao jogo interior.

A juntar ao bloco baixo dos azuis de cristo, uma circulação lenta dos leões a trazer o conforto necessário ao conjunto de Petit, ainda mais alavancado pela vantagem no marcador. Com as duas últimas linas sempre muito juntas para nunca “desmontar” a sua organização defensiva, os azuis de Lisboa viveram da inspiração de Cassierra para “respirar” um pouco com bola em ataques à profundidade.

Após erro de Adán que daria vantagem de dois golos aos visitantes, Amorim promove alterações com vista a conferir maior criatividade e velocidade aos corredores laterais leoninos, com Tabata, Nuno Santos e mais tarde Jovane. Com Bragança os leões ganharam, mais do que a sua natural capacidade de criação, maior capacidade de recuperação de bola. A sua entrada melhorou os momentos de pressão leoninos, que voltaram a apostar no ataque à largura para tentar fazer dançar a defensiva azul.

Um jogo globalmente fraco do líder do campeonato que, com unidades com João Mário e Pote numa noite de sub-rendimento nos momentos com bola deixaram a equipa orfã de criatividade e lenta na sua circulação. Apareceu o SOS Coates para voltar a decidir numa finalização de cruzamento. Uma ação conhecida mas difícil de parar. A terminar, um penálti na sequência de uma segunda bola que acaba por ser um mal menor numa noite muito cinzenta dos leões, naquele que foi, talvez, a sua mais pobre exibição em organização ofensiva, denotando os “velhos” problemas que revela quando o adversário adota um bloco baixo que retira a exploração da profundidade.

Destaques Individuais

Cassierra foi o homem do jogo. Fez os dois golos da sua equipa, mostrou-se para ligar com os colegas em apoio e esteve sempre pronto a “provocar” a profundidade leonina.

Nuno Mendes fez um jogo ao seu nível habitual, mesmo com o coletivo sportinguista num nível exibicional muito baixo, chegando até a ser, globalmente, o maior desequilibrador da sua equipa, na noite de hoje. Ainda acabou a jogar a central na fase final do jogo, na altura do “desespero”. Um craque da cabeça aos pés.

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