Ready, CR7, Go!

Os tais golos fáceis e que toda a gente faz dão trabalho. O estar no sítio certo para encostar e fazer golos que a avó fazia não é para todos. E mesmo aos 36 anos, Ronaldo, para além de personificar o sucesso do Manchester United na primeira década do século (e de não ceder um milímetro aos colegas que não estejam, nem queiram estar a esse nível), pode dar imenso a um clube que tem estado arredado das grandes decisões. E a forma eficaz, quase que a parecer fácil, como em dois jogos facturou três golos vem de tudo menos do acaso. Contra o Young Boys, o golo madrugador de CR7 exemplifica muito do porquê de tanta eficácia. Posição e timing perfeitos demonstram um killer instinct invulgar e que mesmo parecendo fácil de perceber é imensamente difícil de parar. Posição no lado cego do defesa – que atraído pela posição da bola não conseguirá aperceber-se dos seus movimentos – mas também timing – poderia ter sido guloso e aproximar-se da zona central mais cedo. Mas Ronaldo soube esconder-se, soube esperar e soube acelerar à felino para completar com sucesso mais uma caçada. E na maioria dos seus golos o pormenor está lá. E que não se veja ou reconheça não é problema. Veja-se o caso do de Ulisses Garcia (o 21 do Young Boys), também não viu, também não reconheceu e só o viu encostar.

Acima a primeira versão onde só se vê Ronaldo a encostar, e a segunda (abaixo) onde se vê todo o trabalho do astro português e onde se percebe um pouco melhor o porquê da sua atração constante pelo golo. E a sincronização entre o movimento do pé de Bruno Fernandes e a corrida de Ronaldo (que está parado antes de Bruno armar o pé) é sublime de se ver… vezes sem conta. Sincronização essa, sintonia e leitura que a linha defensiva dos suíços não teve. E hoje pede-se a mesma atenção ao pormenor, o mesmo faro, aos defesas para fechar o espaço.

Sincronização absurda entre os dois lusos a procurarem o mesmo espaço, entre uma muralha amarela, ao mesmo tempo. Quando o encontram, o pé de Bruno arma e Ronaldo acelera. Fantástico!

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