Chegar, Sofrer, Ajustar e Vencer

Entrada de leão… do Estoril! Que bem que joga a equipa de Bruno Pinheiro, e demonstrou-o durante um largo período, maioritariamente na primeira parte. Foi capaz de contornar a pressão a três leonina – Com Paulinho, Nuno Santos e Sarabia – descobrir Rosier e Franco nas costas do trio ofensivo leonino, e a ligação rápida com Arthur Gomes e Chiquinho que surgiam nas alas em ataque posicional criou sistematicamente ataques sobre a linha defensiva do Sporting.

Na construção do lado oposto, demonstrava mais dificuldades o Sporting para sair de forma limpa e encontrar espaços de aceleração, e por isso o ascendente canarinho na primeira meia hora.

O encaixe individual sobre os homens da frente do Sporting levou o jogo para um 6 (defesas + Gamboa que sempre baixa para última linha, e Chiquinho no corredor direito) x 5 (Porro e Vinagre pelas alas, Sarabia, Paulinho e Nuno Santos por dentro) sobre o último reduto canarinho.

Ultrapassadas dificuldades que o encaixe inicial proporcionou sobre o Sporting, a equipa leonina começou finalmente a abeirar-se do meio campo ofensivo e ainda na primeira parte somou os lances mais prometedores da etapa. Paulinho esteve por diversas vezes à beira de inaugurar o marcador e ainda, num contra ataque ofereceu a Nuno Santos a possibilidade de ser feliz – negada pela valentia do corte de Patrick Williams.

Para o segundo tempo, mudança estratégica mais acentuada na ligação com o último terço por parte do Sporting de Rúben Amorim. Perante o 6x2x2 que promovia encaixe nas costas dos médios e atacantes leoninos, Matheus Nunes passou a abrir no espaço entre Matheus Reis – Central Canhoto – e Vinagre, e ou se desocupava o corredor central, ou Matheus recebia sem oposição para então iniciar as suas cavalgadas que sempre obrigaram a que um elemento canarinho saísse na bola, e consequentemente libertasse algum jogador do Sporting que pudesse como homem livre ser referência para continuar a ligar o ataque.

Posicionamento de Matheus – E logo ele, que carrega a bola para cima dos oponentes, desorganizando estrutura contrária – fundamental para desequilibrar do jogo

Sem soluções para estancar o ataque no seu início, o Estoril viu-se remetido para trás durante largo período do segundo tempo, e quando recuperava a posse, embora guardasse Ruiz e Arthur na frente, tinha Chiquinho longe para poder chegar e ter impacto nos ataques rápidos. Em inferioridade, perdeu duelos e a posse, e com o tempo foi ficando cada vez mais atrás.

Paulinho atingiu o poste na primeira ocasião de grande perigo para o Sporting. E se esteve perdulário e sem fortuna no momento de atirar à baliza, foi numa desmarcação no timing ideal na combinação com Sarabia – Desparecido, mas capaz de realizar o passe que desbloqueou o resultado – que aproveitando um erro do guardião canarinho, se viu derrubado, no lance que valia finalmente a vantagem leonina. Porro transformou em golo a grande penalidade.

Em vantagem, o Estoril voltou a ser capaz de tomar amiúde a iniciativa, mas o mais difícil – ganhar vantagem, tranquilizar – estava garantido, e sendo o Sporting uma equipa muito capaz de em Organização Defensiva controlar os jogos e esperar pelo momento para transitar com perigo, o conforto leonino no jogo, depois de estar a vencer foi uma evidência.

Pedro Porro, Matheus e Palhinha seguraram o leão nas horas mais difíceis, e depois de uma entrada em falso, a vitória da equipa de Rúben Amorim foi tão justa quanto saborosa.


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