Jovens Águiazinhas em Faro

Em 4x3x3 com semelhanças na sua organização defensiva com o que faz Klopp no Liverpool – O trio da frente defende mais alto, e tantas vezes são os interiores que saem nos laterais, na procura de numa recuperação da posse poder chegar rapidamente com os três (iniciaram a partida Umaro, Samu e Henrique Araújo) contra os dois centrais contrários, a equipa secundária do Benfica apresentou-se em Faro com uma média de idades reduzida. Mas que expetativa para o futuro dos miúdos?

Samuel Soares (2002) – O guardião poderá quebrar a tradição de não chegarem à equipa principal guarda redes formados em casa (Ederson e Oblak passaram pela Equipa B, mas já chegaram no final da sua formação). Presença na baliza – onde é tremendo, inteligência e antecipação dos lances, capacidade para jogar com ambos os pés. Está a crescer um valor muito interessante para as balizas nacionais;

Filipe Cruz (2002) – O outrora extremo é veloz e tem resistência física para percorrer toda a ala encarnada. Precisará de maior consistência na tomada de decisão, corrigir desconcentrações e melhorar abordagens defensivas;

Pedro Ganchas (2001) – Aos 21 anos já demonstra maturidade acima dos demais. Pé esquerdo bastante qualificado capaz de ter impacto no momento de construção, ainda sem imponência determinante nos duelos defensivos para poder chegar acima;

Tomás Araújo (2002) – É o maior projecto da linha defensiva para chegar à equipa principal. Em Faro percebeu-se que ainda não está preparado, pese embora o incrível potencial. Qualidade com e sem bola, inteligência, antecipação do envolvimento e traços físicos. Está no sítio certo para mais tarde subir;

Rafael Brito (2002) – Outrora uma das maiores promessas do Caixa, as lesões tiraram tempo de treino e de competição a um jovem que demonstrou sempre rendimento quer como central quer como médio defensivo, posição que ocupa agora. Fisicamente, taticamente e tecnicamente continua a ser um jogador de elevado potencial, a precisar de tempo de jogo para cumprir o que prometia;

Martim Neto (2003) – Criatividade, qualidade técnica, eficiência no gesto que lhe permite contornar pressão, e ser efectivo na circulação da posse. Muito jovem ainda não consegue ser na Segunda Liga o criador que foi nas camadas jovens, mas lá chegará;

Cher Ndour (2004) – O interior italiano que é o mais jovem de sempre a jogar pelo Benfica nos campeonatos profissionais abriu a contagem no Algarve. Elegância na forma como pisa o relvado e toma as suas decisões. A passada larga que lhe permite cobrir raio de acção largo mesmo não sendo especialmente veloz fazem prever estar a crescer um médio de ligação com argumentos elevados. Recebe e passa bem, decide com qualidade e tem chegada à área;

Umaro Embaló (2001) – O jovem que foi sensação no futebol jovem foi perdendo o seu impacto com a chegada ao futebol de adultos. Continua a demonstrar qualidade técnica e velocidade de execução, mas nem sempre acompanhados com o desequilibrio que o tornava um jogador “excitante” no seu percurso formativo. Chegará à primeira liga brevemente;

Henrique Araújo (2002) – Inteligência em cada movimento, seja de apoio ou ruptura. Esconde-se dos centrais para lhes ganhar a frente e antecipar-se em zonas de finalização. Voltou a marcar num desvio certeiro, e prova em cada decisão que com tempo de jogo tornar-se-à mais refinado e solução para a equipa principal.


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1 Comentário

  1. Gostava de saber a vossa opinião sobre as camadas jovens (pelo menos a equipa B e os sub-23) não seguirem o modelo do plantel principal. Se o fizessem, não seria mais fácil a integração dos “miúdos” na equipa principal? Tudo bem que o treinador muda, mas as ideias podem ser passadas, ou não?

    É que pelas vossas análises, todos vão chegar à equipa principal e todos tem muito potencial. Mas têm sido poucos os que conseguiram realmente vingar. Será que a qualidade não é assim tão boa como se fazia prever, ou quais os outros fatores que levaram a que afinal nem todos tenham vingado?

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