Sporting de gestão antes do dérbi

Depois de uma primeira dezena de minutos fulgurantes, altura em que chega ao golo, o Sporting foi perdendo o controlo do jogo, muito por culpa da estratégia beirã e de um dos maiores problemas no sistema de 3x4x3, a inferioridade numérica no corredor central.

Com os interiores tondelenses sempre a procurarem as costas da dupla de médios leonina e associando com facilidade com os extremos, também estes a jogarem muito por dentro, o Tondela foi, paulatinamente, conseguindo dividir o jogo e a posse de bola em Alvalade.

A essa constante inferioridade no corredor central e alguma falta de agressividade de Palhinha e Matheus no momento de transição defensiva, Amorim respondeu, logo nos primeiros 45 minutos, pedindo a Pote para baixar um pouco mais, entre linhas, tentando trazer outra clarividência à linha média sportinguista.

Para tal também não ajudou o facto de Inácio ter transitado da meia direita para a meia esquerda da última linha defensiva do campeão nacional. Primeiramente porque deixou de ter o seu pé dominante pelo lado de dentro, tendo assim mais dificuldades em colocar os seus passes entre linhas, queimando desde logo linhas adversárias em início de construção. Depois, a menor coordenação com Nuno Santos e, consequentemente, menor capacidade no controlo da profundidade que causou algum perigo em dois lances de Murillo no ataque a essa mesma profundidade.

O golo madrugador da segunda parte que dá um maior conforto no marcador à equipa verde-e- branca, em mais um lance que acaba por evidenciar toda a qualidade técnica e de decisão de Pote, na maneira como pausa, contorna oposição e assiste Paulinho para o segundo golo. Um jogador único em zona de decisão, na nossa Liga, que mesmo num dia mais apagado deixa sempre a sua marca.

Consciente de que, depois de atingida uma vantagem mais confortável no jogo, era aí o momento de lhe trazer um maior controlo e gestão, já a pensar também no dérbi que aí vem, Amorim coloca Bragança em jogo, na busca de mais cérebro e pausa.

A nota negativa da noite leonina vai para a possível lesão de Palhinha, numa segunda parte em que só isso fugiu ao plano de jogo de Amorim.

HOMEM DO JOGO

Coates é, cada vez mais, o verdadeiro líder das tropas leoninas dentro de campo. Hoje, onde os campeões nacionais estiveram longe de fazer um grande jogo, a liderança do uruguaio foi o garantir da continuidade de uma equipa sempre equilibrada em campo, mesmo quando o jogo não parecia controlado. São estes jogadores que ganham jogos e campeonatos.

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