Primeira memória? Com quatro anos, pé descalço na minha rua, a chutar contra uma madeira e ficar com a bola furada. Nunca mais esqueci…
Silas
Toda a entrevista do talentoso Silas é um hino à inteligência, às vivências e ao caminho para um jogo mais aprazível.
O recordar de onde crescem os talentos. Sem amarras, somando horas de prática sem fim desenvolvendo uma qualidade técnica ímpar. Sem constrangimentos impostos pelos adultos, a descobrirem por si os caminhos.
O tempo de prática exponenciado ao máximo e as vivências marcantes no jogo como factor absolutamente fulcral para potenciar qualidades.
No bairro, ou na nave, no jogo entre colegas, antes do treino. Sempre com a bola. Sempre situações reduzidas que possibilitem estar sempre no centro do jogo.
Numa das palestras no congresso da Periodização Táctica foi abordada a importância do futsal como forma de desenvolver a velocidade de raciocínio e a qualidade técnica, em espaços curtos. Não tem necessariamente de ser por ser futsal. A chave não é tanto o piso ou se tocas com os ténis ou com as botas. É o número de jogadores que por ser menor é garantia de que se está sempre a tomar decisões. Que há muito mais bola no pé, e muito mais decisões para tomar sem ela.
Na rua, sem os adultos, até para se construir o campo se estimula a criatividade. Ali, podes jogar em inferioridade se na tua equipa tens o melhor. Ou em superioridade. Os miúdos, como ninguém preocupam-se sobretudo com o retirar prazer do jogo. Ninguém quer jogar sem dificuldade. Ninguém quer vencer por vencer. Desmontar a mente dos mais traquinas é por si só um excelente exercício para se perceber como os potenciar.
Liberdade, bola e tempo de prática. Três dos factores mais decisivos para as aprendizagens dos mais novos.
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