Patito Rodriguez, a estrela emergente do futebol argentino, e a selecção de jovens talentos em Portugal

“Sempre fui pequeno e tive dificuldades por isso. Na formação, passei seis anos no banco. Mas, nunca desisti.” Patricio Rodriguez. Nove internacionalizações aos 21 anos de idade.
Formação em Portugal. Algo que poderá importar reflectir
“A propósito do sistema de quotas que visa quantificar o acesso de miúdos não-nativos a escolas de formação de futebol em França.
“…visa quantificar o acesso de miúdos não-nativos a escolas de formação em França… O problema não era de natureza rácica, como podia parecer, mas futebolística. O que estava em jogo não era a diversidade étnica nos escalões de formação, mas a ausência específica de jogadores que se possam distinguir pela técnica e pela capacidade de drible. O problema, nomeadamente em relação aos miúdos de ascendência africana, é que atingem uma maturação física precoce, quando comparados com outros miúdos, o que os deixa em vantagem num processo de selecção não regularizado. A introdução de quotas visaria assim suportar essa “injustiça” e assegurar que o potencial é o principal critério a privilegiar. Pode-se discutir, evidentemente, a aplicação prática de um sistema deste género, pelo tipo de injustiças e discriminação que pode possibilitar, mas a ideia, em termos teóricos, além de profundamente democrática, é futebolísticamente sensata. A formação, em futebol, deve ter em conta uma única coisa: o talento. E a selecção do talento, por não ser um atributo tão visível quanto isso, deve ser impermeável às restantes características dos atletas, características que muitas vezes, em determinadas idades, os favorecem “injustamente”.” Pelo Nuno do Blog Entredez.

Se espreitar as melhores equipas de formação em Lisboa (talvez em Portugal, mas a realidade que conheço é a lisboeta, pelo que não pretendendo generalizar algo que poderá até não ser generalizado) reparará que uma percentagem muito elevada de jogadores são de ascendência africana. Não foi apenas num, ou em dois, Sporting x Benfica que pude constatar que metade dos atletas em campo são de etnia negra.

Pergunto se as idades correspondem. Garantem-me que os miúdos chegam com os documentos legais. Quer num quer noutro lado, por vezes chega-se a duvidar um pouco da idade dos jovens, mas dizem-me que não se pode cortar as pernas aos miúdos. Não tendo a certeza se a data de nascimento real corresponde à do documento, não há que ser preconceituoso. Concordo.

Vejo as equipas de formação, e desde há um bom par de anos que reparo que os negros são (quase) sempre os melhores das suas equipas. Aqueles que fazem a sua equipa chegar às vitórias, e até aos troféus. Espreito os melhores portugueses da actualidade e fico espantado (ou não, na verdade) sobre como é possível termos tão poucos jogadores de ascendência africana nos melhores 40 ou 50 jogadores nacionais. Quando há imensos anos, que são eles que “brilham” na formação.

E isto relega-nos para aquilo que o Nuno escreve no seu blog. Que há que repensar uma série de coisas na formação, não duvide. Jovens que fazem a diferença pelos traços físicos, habituam-se a resolver dessa forma as situações de jogo. Quando chega o momento em que a diferença física começa a ser atenuada, sobressai o talento. Quem não foi estimulado a definir as situações de jogo pela técnica ou inteligência, acaba normalmente por não conseguir reagir e adaptar-se.

P.S. – Por favor seja mais inteligente do que isso, e não considere sequer a hipótese de este ser um post de cariz racista.”
Retirado daqui.

Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

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