Parte para o último terço da Liga em último lugar. Porém pelas indicações do último jogo é expectável que os comandados de Costinha consigam ultrapassar a péssima época até à entrada do actual técnico. Que recorde-se, soma duas derrotas nos dois jogos disputados.
Surpreendente a boa organização táctica, com claras mexidas do novo treinador. 4x4x2 losango com princípios bem definidos, que urgem ser trabalhados no pormenor. A base todavia parece bastante interessante. Os anos com Mourinho trouxeram-lhe garantidamente sapiência táctica e porventura alguma capacidade para perceber os princípios da operacionalização. Costinha sempre percebeu o jogo. Via-o sempre de frente e sabia relacionar-se com colegas de trás e da frente.
Avançados a bloquear a saída de bola dos centrais, o 10 que na pressão na saída de bola adversária encosta no trinco impossibilitando-o de sair com bola pelo chão. Sempre muita proximidade junto da bola fruto de uma boa basculação defensiva e de um sistema com 4 médios. Interiores a saírem aos laterais adversários, trinco em cobertura e o aproximar do interior do lado contrário. Tudo enquanto o 10 (jogo surpreendente de Rúben. Confiante a demonstrar muita qualidade técnica e colocar dificuldades ao SL Benfica) baixa para trás da linha da bola.
Ofensivamente, apesar do losango a meio campo jogo sempre com largura. Conferida pelos avançados em transição, ou pelos laterais em organização ofensiva. Rúben, o dez, com liberdade para aparecer em toda a frente do ataque.
Se defensivamente pela boa organização e concentração sobre a bola a performance poderá desde já ser interessante ( importante controlar um pouco melhor as variações de corredor do adversário, para que os interiores não tenham de fazer demasiadas “piscinas” do corredor central ao lateral a bloquear os laterais adversários), ofensivamente há a clara limitação de ter centrais sem qualidade técnica para jogar apoiado. Hugo e Bura muito disponíveis fisicamente, mas sempre sem qualidade ofensiva para iniciar o ataque. O jogo directo para dois avançados poderosos fisicamente é o recurso possível. Passível de ser bem sucedido, pelas qualidades físicas de Yazalde e Camará, e pelo aproximar rápido sobre a bola que o sistema de Costinha preconiza. Fica por perceber se a qualidade evidenciada se deve sobretudo à motivação por se enfrentar um adversário de renome ou se o Beira Mar se prepara a médio prazo para fazer pontos e subir na tabela. Porque as modificações foram sobretudo tácticas, arrisca-se a segunda hipótese.
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