Será por ser o pior ataque do campeonato, e estar em último lugar, que Mano Menezes coloca os seus avançados a treinar para o circo?! É que deve ser muito giro para um futebolista profissional treinar finalização descontextualizada do jogo!
De forma bastante simples. Pensemos que o treino é preparado consoante as dificuldades que os jogadores sentem. Dificuldades do ponto de vista da organização colectiva, e do ponto de vista individual. Essas dificuldades, nesta fase da época, aparecem no jogo, principalmente. E o treino deve servir para preparar o próximo jogo, consoante as dificuldades sentidas anteriormente. Então, no próximo treino eu devo colocar os jogadores num contexto de dificuldade semelhante ao do jogo. Isto para que surjam essas mesmas dificuldades, e para que possam ser corrigidas.
Este colocar de dificuldades, para potenciar qualidades colectivas e individuais, é um princípio que deve estar assente no treino. Isto se o objectivo for verdadeiramente o melhorar da capacidade da equipa, e do jogador. Assim, percebe-se que só pelo facto da exigência, ao nível dos estímulos da tarefa, não se aproximar minimamente daquilo que é o jogo, o foco do jogador não é o mesmo. Não usa nem de perto a concentração que mete no jogo, logo, não melhora significativamente nada para o futebol. O jogador nem sequer sente dificuldades semelhantes às que encontrou no jogo. Pode, portanto, melhorar para outras actividades, mas para o jogo não.
Pode-se e deve-se reduzir os estímulos no treino, para que possam emergir de forma mais frequente os comportamentos que queremos seleccionar. Mas essa redução deve ser criteriosa, por forma a não descaracterizar o jogo que se está a treinar. A chave é “reduzir sem empobrecer”.
O treino decorreu no dia 4/02/2014.
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