Com um onze recheado de craques com um incrível poder de desequilibrio, o Benfica de Rui Vitória apresentou durante boa parte do tempo um futebol verdadeiramente encantador.
Em onze apenas Júlio César, Luisão, Fesja e Mitroglou não têm desequilibrio individual, mas o mais fantástico é que todos os que são capazes de quebrar contenção e linhas adversárias conhecem perfeitamente os momentos para o fazer, os momentos para integrarem as suas acções.
Se em Grimaldo, Cervi, Semedo ou Horta é fácil de perceber como desmontam as estruturas adversárias em condução, driblando e obrigando o Braga a constantes reajustes, mais difícil é entender os génios “silenciosos”.
Aqueles que com as suas decisões, naturalmente associadas a boas qualidades técnicas começam desde trás a desmontar o jogo e a criar condições para que os colegas na frente recebam com maior facilidade para enquadrar, com mais espaço e / ou com menos gente na situação numérica.
Em Aveiro, emergiu um dos génios silenciosos da Liga portuguesa. Um central com uma qualidade de desequilibrio na construção que em Portugal só encontrou comparável com Otamendi ou Garay.
Receber – Analisar (há espaço aqui, há mais espaço no outro corredor?) – Decidir (conduzir – atrair – fixar – soltar) e ter sucesso na sua decisão. Assim foi o jogo de Lindelof. O central que esteve presente na construção das melhores jogadas da Supertaça. Os mais “distraidos” não serão capazes de o entender, mas o central sueco já é hoje uma das referências europeias na sua posição. Em Aveiro foi o homem do jogo.
O Lindelof é muito bom, mas o que me espanta, e devia ser um alerta para quem vê o jogo de fora, como eu, é que ele parecia apenas um jogador razoável na B.
Não o deixem sair… por favor!
Exatamente!
A condução de Lindelof obrigou o médio do Braga a sair na contenção, abrindo espaço nas suas costas que foi bem aproveitado por Cervi nos primeiros 20min, com boa ajuda de Grimaldo.
Quando o Braga ajusta para 4-4-2, por ter logo dois na frente, essa dinâmica que o Lindelof estava a criar desapareceu um bocado, e o Benfica sentiu mais dificuldades na construção. Conseguiu ter algum sucesso em combinações de igualdade numérica pelo lado direito, ou umas poucas vezes em que algum médio baixava e abria pelo lado esquerdo.
Podemos assim esperar um Benfica com mais facilidades ao enfrentar adversários em 4-3-3, na tendo uma primeira linha de pressão com 2 homens?
Quando faz dupla com jardel, lindelof costuma jogar pela direita. Não acham que por causa deste aspecto específico do jogo (primeira bola de construção) Lindelof devia jogar sempre pela esquerda independentes do colega que jogue ao lado?
Reparem que assim o flanco esquerdo do Benfica fica com lindelof, grimaldo, cervi e jonas: criatividade/técnica que não acaba.
Caro Paolo Maldini
Não chega povoar o campo atrás da linha da bola, é preciso impedir a variação do flanco no início da construção da jogada (pois isso, arrasta toda a equipa dum flanco para outro e é aí que podem aparecer alguns buracos pelo meio) e isso faz-se pondo o jogador mais adiantado entre os dois centrais cortando a linha de passe rasteira da variação de flanco.
Mas no caso em concreto, até seria mais eficaz marcar Lindelof para não o deixar receber e deixar Luisão sair a jogar, lá teria que sair pontapé para a frente.
Superleão, imaginamos que cortando o passe para o Lindelof, o Lindelof subia um bocadinho para a zona do 6, aí o ponta de lança tinha que decidir em cortar essa linha de passe ou permitir a variação de flanco.
Caro BeastonFire
Cortando o passe para o Lindelof é seguir isolado para a baliza do Júlio César com o Luisão desesperado em corrida.
Cortando a linha de passe e Lindelof subindo para a zona do 6 (empastela porque já lá está o Horta) basta recuar um pouco e continuar a cortar a linha de passe rasteira para a zona do 6 e ficam dois jogadores anulados.
A variação do flanco (Luisão para Grimaldo) só seria provável ser em passe longo e em altura com forte possibilidade de ser interceptado no ar.
Restaria a Luisão segurar a bola até ser pressionado (de dentro para fora), aí Luisão alivia ou joga curto e o os jogadores continuam sob forte pressão ou ainda passar ao guarda-redes (nesse caso convinha que jogasse adiantado).
O que achou do Braga de Peseiro?
O Lindelof é um grandíssimo jogador… Desde que entrou na equipa tem sido um estrondo.
Mas ontem os dois últimos golos levantam qualquer estádio. E os momentos foram todos do Pizzi, o passe para o Jonas é muito bonito. É um rapaz que merece ouvir elogios sempre que possível, na minha opinião. Só mesmo para contrapor a quantidade de almas que, sem que eu perceba porquê (não me lembro de qualquer problema no clube, ele dá o litro, joga para a equipa, faz assistências, golos – não é isto, os números, que a malta quer??), o desanca a toda a hora e ocasião.
Grande Pizzi. É um excelente jogador.
Edson, no post sobre o plantel do Benfica perguntaram por ele. Eu respondi isto: é indispensável ao futebol do Benfica; joga muito!
Obrigado pela resposta, Blessing!
Eu vi mano! 😉 Quando não digo nada é porque não tenho nada a acrescentar 🙂
e e’ sempre bom ver seleccionaveis a iniciarem ou a progredirem um percurso de carreira ao alto nivel. Pizzi, Nelson, Andre Horta, Andre Silva, so para referir alguns dos que teem estado em destaque, que ou sao ja hoje opcoes para a seleccao ou vao-no ser no curto prazo. Pergunta para o Blessing, Maldini e Edson, como imaginam o meio campo da seleccao daqui a dois anos Bernardo, Andre Gomes, Adrien, Joao Mario, Rafa, Pizzi, Renato, Gelson, Andre Horta, Moutinho, Ruben Neves e outros que podem rebentar.. Perfis muito diferentes bem sei, mas tendo ainda Ronaldo e Nani (possivelmente com Andre Silva) esta aqui uma boa dose de qualidade para 3, 4 posicoes.
Creio que podemos estar a assistir ao despontar de um dos melhores, também por ser muito variado, ao melhor meio campo de sempre das nossas seleções.
E tem tendência a melhorar já que muitos são bastante novos.