Sport Lisboa e Benfica 2017 / 2018. Parte III.I.

Médios centro:

Muitas opções e dúvidas sobre quem ficará. Um Danilo que não cumpriu o que prometia, provavelmente de regresso, e a integração de Krovinovic e de João Carvalho, jogadores que terão de ser trabalhados para poderem manter a sua “arte” em cima da competência e disponibilidade que um meio campo com corredor central a dois requer são apenas pequenas notas de um sector.

São onze opções para dois lugares no campo e eventualmente mais três no plantel. Entre opções que não ficarão por falta de nível e outras que deverão ter oportunidade para somar minutos noutras realidades, muito há para decidir.

Samaris. Muito se fala de uma possível transferência do grego, embora não seja especialmente crível que surja quem avance com os valores que se falam. Tem sido a segunda opção à posição seis, e embora demonstre ainda muitas dificuldades na leitura de cada situação e sobretudo no que será o melhor comportamento a adoptar, é um jogador com algumas qualidades. Dificuldades posicionais e nas abordagens defensivas, bem como erros com bola tornam-o apenas uma alternativa. Uma transferência não seria mal vinda, ainda que seja alguém importante no grupo de trabalho.

Celis. Depois do empréstimo ao Vitória, deverá seguir-se novo empréstimo ou transferência definitiva. Foi um erro de casting no Verão transacto. Muitas precipitações, pouca capacidade para pensar o jogo e ser assertivo nas abordagens defensivas. Não demonstrou nível para o desafio. Deverá sair.

Danilo. Um das surpresas pela negativa na temporada finda. Porque a expectativa era grande. Danilo tem qualidade técnica, sabe impor o seu físico e tomar decisões. É um jogador com presença na transição defensiva e com capacidade para marcar o ritmo de cada partida. Muito jovem, ainda está bem a tempo de mostrar o que há muito promete. Entre ele e Samaris estará a alternativa a Fejsa.

Fejsa. A importância do médio sérvio no jogar do Benfica vai muito para além daquilo que ele vale do ponto de vista económico, e até do jogador que é. Defensivamente é insuperável nos duelos, tem uma capacidade de antecipação de cada situação incrível, e está sempre no posicionamento no momento ofensivo, o que lhe permite também ser decisivo na transição defensiva. Bem fisicamente será sempre o número um da posição seis no SL Benfica.

Filipe Augusto. Muita qualidade técnica e inteligência para fazer a bola circular. Já se sabia que o seu espaço seria sempre o de alternativa aos donos do lugar. Com o regresso de Danilo, a contratação de Krovinovic e a possível integração de João Carvalho e Pedro Rodrigues, poderá ver o espaço encurtado. Pela qualidade que tem, se houver disponibilidade para aguardar pelas oportunidades, poderá manter-se no plantel.

André Horta. Um jovem cheio de talento. Qualidade técnica ímpar, perseverança, qualidade posicional e capacidade para ligar ofensivamente todo o jogo. Capaz de comer linhas em progressão e em passe. Depois de um início de temporada auspicioso uma lesão retirou-o das opções. Entrará na sua terceira temporada de sénior e com a qualidade que tem, seria importante somar minutos. Há escolhas para fazer, e com a chegada de Krovinovic, se Pizzi não sair, deverá rodar.

Pizzi. Um dos jogadores do ano na temporada passada. Muito critério, um autêntico pensador do jogo encarnado, com leitura assertiva de cada lance nos momentos ofensivos. Seja no perceber quando deve vir buscar ou quando se deve esconder na estrutura adversária para receber.  Qualidade a ligar ofensivamente o jogo. Pela qualidade que tem, pela experiência acumulada e o próprio estatuto, se permanecer no Benfica é a opção número um para jogar com Fejsa. Muito embora deva manter competência defensiva em todos os jogos e não somente nos de maior dificuldade.

João Carvalho. Ainda é uma incógnita a posição que Rui Vitória tem em mente para o jovem talento encarnado. Ainda que seja médio de origem, tem estado mais habituado a um sistema diferente, onde as responsabilidades defensivas não são tão acentuadas. Possivelmente terá mais minutos numa posição mais adiantada. Ainda não é certo que fique no plantel. Treinar num contexto bem mais elevado e somar mais minutos na segunda liga, poderá ser uma solução. Mas, dependerá do estágio de pré-época e do impacto que conseguir causar a sua integração imediata. O potencial é imenso.

Pedro Rodrigues. Um dos destaques da geração de jovens encarnados. Pêpê tem uma leitura incrível de cada lance, e uma qualidade técnica que lhe permite ancorar todo o futebol ofensivo da sua equipa, mesmo que partindo de uma posição mais recuada. O tipo de médio defensivo que faz toda uma equipa jogar à sua volta. Um perfil bem diferente do de Fejsa. Mais competência ofensiva, menos reactividade defensiva. Depois de uma temporada na segunda liga de grande classe, o espaço no plantel principal com o regresso de Danilo e presenças de Filipe, Fejsa e Samaris é muito reduzido. O empréstimo na primeira liga parece o mais acertado. Seria o subir mais um degrau no sentido de poder chegar onde … irá chegar!

Krovinovic. A demonstração de categoria na temporada passada deverá torná-lo intocável nas escolhas encarnadas. Um médio de grande qualidade técnica, de decisões e criatividade. Treinar num contexto muito superior permitirá potenciar-lhe qualidades. Se cumprir as expectativas será um elemento para poder ter muito tempo. Seja como segundo médio, seja numa linha mais adiantada.

Martin Chrien. Demonstrou potencial no passado Europeu sub 21. Um jogador com critério com bola, capaz de tomar as melhores opções, ainda que esteja longe de demonstrar uma criatividade acentuada. Chrien dificilmente terá oportunidade no imediato de causar impacto na primeira liga portuguesa. É, porém, importante integrá-lo na dinâmica de um clube como o Benfica, se se pretenderá no futuro explorar o seu potencial, e parece que o mais ajustado é observar e trabalhar o médio eslovaco até Janeiro para então se tomarem decisões.

Sobre Rodrigo Castro 219 artigos
Rodrigo Castro, um dos fundadores do Lateral Esquerdo. Licenciado em Ed física e desporto, com especialização em treino de desportos colectivos, pôs graduação em reabilitação cardíaca e em marketing do desporto, em Portugal com percurso ligado ao ensino básico e secundario, treino de futsal, futebol e basquetebol, experiência como director técnico de uma Academia. Desde 2013 em Londres onde desempenhou as funções de personal trainer ligado à reabilitação e rendimento de atletas. Treinador UEFA A.

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