A Transição Defensiva do City na noite de Bernardo

Numa noite soberba do internacional português, a transição defensiva do Manchester City foi o momento colectivo que mais saltou à vista pela fantástica capacidade de recuperar a bola por parte dos citizens nos segundos logo após a perda. Tal como referi no último post sobre o Liverpool, a equipa de Klopp é das equipas mais perigosas no momento da transição ofensiva e só um City muitíssimo bem preparado para o momento da perda de bola poderia impedir os ataques rápidos do actual líder da Premier League.

“Para la recuperación post pérdida, lo único que queda es viajar juntos.”       Jorge Sampaoli

O facto de a equipa atacar junta permitiu que na transição defensiva a sua reacção na zona da perda fosse forte, permitindo até recuperar a posse nesses primeiros segundos. Porque avançar juntos não só aumenta as probabilidades de sucesso ofensivamente, como também garante a possibilidade de reacção forte e colectiva na zona da perda. A esta fortíssima pressão pós-perda, juntaram-se os bons posicionamentos dos laterais e de Fernandinho nos momentos da perda que se aproximavam dos três avançados do Liverpool e que condicionavam a saída dos Reds. Nas raríssimas vezes, que o Liverpool conseguiu sair desta pressão, o Manchester City retirava a profundidade e voltava a recuperar a bola. Curiosamente, o próprio golo da vitória do City chegou  após um momento falhado de transição ofensiva por parte do Liverpool.

No Etihad, somando todas as transições ofensivas, o Liverpool de Klopp não fez qualquer remate à baliza de Ederson. Mais uma lição táctica de Guardiola, a demonstrar como se pode travar uma das equipas mais perigosas em transição ofensiva a nível mundial e a manter acesa a luta pelo titulo em Inglaterra.

Voltaremos com a sensacional exibição de Bernardo Silva, que continua a demonstrar toda a sua inteligência e rotação, rotação essa que se expressa na capacidade de cumprir o posicionamento defensivo, de encurtar e ser capaz de responder aos estimulo que o jogo pede. Porque para se ser capaz mesmo sem bola, não se precisa de ser gigante. Basta ter disponibilidade e inteligência.

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3 Comentários

  1. Boa tarde,
    primeiro que tudo, parabéns pelo seu trabalho e obrigado por partilhar estes artigos que tanto ajudam a compreender melhor o futebol.
    Queria-lhe colocar uma questão, tendo o City o guarda-redes com as características que todos sabemos, não é esse também um motivo importante na estratégia do City em assim puder fazer pressão alta? Digo isto também baseado numa imagem do seu video, onde se vê o guarda-redes bem a frente da area a cortar um lance de ataque do Liverpool.

  2. Incrível… Parecia o Matuidi a correr tanto(13,7 km parece…)! 😉

    Génio nos pés e “capacidade de sacrifício” impressionante… Guardiola está a fazez dele uma autêntica máquina!

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