Como o Villarreal desmontou o Sporting

A jogar com 10 desde o minuto 50, o Sporting foi controlando o jogo de ontem sem grandes dificuldades até à entrada de Santi Carzorla aos 70.

É pertinente analisar a distribuição do Villareal, especialmente após a expulsão de Jefferson. Manteve os 3 centrais, 2 alas conferem largura com dois médios à sua frente e três jogadores a começar entre linhas. Como é visível na imagem, pelo posicionamento corporal, pelo menos um dos 3 homens tinha como prioridade fazer movimentos de ruptura nas costas da linha defensiva, fazendo os defesas do Sporting baixar, aumentando o espaço entre sectores.

A consequência mais notória desta distribuição passou pelo posicionamento da linha defensiva. Não obstante o processo defensivo do Sporting começar com duas linhas de 4, Borja esteve quase sempre muito por dentro a controlar os movimentos do avançado que aparecia nessa zona (como no lance da imagem), contando aí com o auxílio de Bruno Fernandes ou Diaby  para completar a última linha defensiva.

Uma das ideias do Villarreal passou precisamente por fazer o Sporting fechar o corredor central e libertar os alas para situação de cruzamento, após mudança rápida de corredor, como é visível no lance abaixo:

Nesta fase do jogo os espanhóis tentaram também chegar rapidamente à baliza do Sporting após recuperarem a bola, ainda que com alguma precipitação. Várias más decisões do jogador com bola fizeram com que este período fosse de relativa tranquilidade para os leões.

O momento de viragem na partida é a entrada de Carzorla que, juntamente com Iborra, trouxe outra qualidade ao ataque espanhol. O Villarreal passou a ser mais paciente e dominador, permitindo que mais jogadores chegassem ao último terço. O critério e pausa da nova dupla de meio-campo Carzorla-Iborra encostou o Sporting ao último terço com mais frequência com a ajuda de Fornales. Agora ala direito, o jogador não se limitou a procurar o desiquilíbrio através de cruzamento. . Os movimentos à profundidade dos três da frente dos três da frente prosseguiram, desta feita com maior variabilidade na entrada da bola nos corredores laterais. Voltando com frequência ao corredor central, Iborra e Carzola criaram situações favoráveis de desiquilíbrio, explorando o corredor contrário ainda que agora com mais espaço. O lance que dá o golo do empate acaba por ser o melhor exemplo daquilo que procuraram fazer os espanhóis e a influência de Carzorla. Bola na meia esquerda e procura de largura à direita, combinação que não só cria desiquilíbrio à esquerda como expõe o sporting, materializado já dentro de área por Ekambi em situação de 1×1 sempre com Santi Carzorla a definir.

O Sporting resistiu enquanto as decisões de quem tinha a bola e poderia criar perigo não foram as mais eficientes. No entanto, volta a ficar claro o desconforto quando não têm bola mesmo adicionando um jogador à linha defensiva, ademais com 10 jogadores. Veremos a evolução da equipa, agora que terá quase sempre um jogo por semana até ao final da época

Sobre Lahm 42 artigos
De sua graça Diogo Laranjeira é treinador desde 2010 tendo passado por quase todos os escalões e níveis competitivos. Paralelamente realiza análise de jogo tentado observar tendências e novas ideias que surgem no futebol. Escreve para o Lateral Esquerdo desde 2019. Para contacto segundabola2012@gmail.com

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