Na participação no Canal 11 revelei não ter concordado com a decisão de fazer entrar Neto por Diaby, passando então o Sporting a defender com linha e 5 e três defesas centrais nos últimos 10 minutos da partida com o Braga, sob forma de impedir arsenalistas de chegar ao empate.
Nos dias que correm em que os chavões e frases feitas aplicadas ao jogo fazem furor, é importante desmistificar o porquê de tal opinião. Ao contrário do que é comum nos ditos chavões, na minha opinião tudo é contextual. Colocar mais um defesa central para defender um resultado pode ser uma óptima ideia! Porém, tudo depende das condições, de como o jogo está a falar! (expressão do mister Filipe Moreira).
A opção de Marcel Keizer resultou – O Sporting segurou os três pontos.
Contudo, a minha discórdia prendeu-se com o facto de que os problemas que o Sporting estava a enfrentar no jogo nada se relacionaram com o comportamento da linha defensiva, mas antes com a incapacidade leonina de estancar o ataque arsenalista no seu primeiro momento.
O Braga chegou sempre em boas condições ao último terço, e havia que estancar essa chegada. Mais do que fechar o primeiro terço (opção legitima, diga-se) havia que estancar a chegada adversária a esse terço. E se o Sporting não o estava a fazer com os dois avançados mais quatro médios, dificilmente o faria com inferioridade mais acentuada nessa zona.
Porque defender começa sempre nos homens mais adiantados, e é lá que se começa a definir a toada de cada jogo, naquele momento específico senti que era aí que se impunham mudanças e maior competência. Em suma, é como se estivesses num barco que se afunda por uma fenda, e em vez de tapares a fenda, tentas atirar a água que vai entrando borda fora com um balde.
Contudo, desengane-se quem possa ter pensado que esta convicção se relaciona com os habituais chavões ou frases feitas do “léxico da bola”. Tudo é contextual e o jogo que fala de uma maneira hoje, falará de maneira diferente amanhã.
Retirados alguns dos lances de potencial ofensivo do Braga ao longo da segunda parte, até à entrada de Neto:
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Pedro na tua opinião na 2ª sequência de imagem qual das linhas esta mal posicionada? a meu ver 2 formas de ajustar aquele momento ou a linha defensiva sobe mais (porque linha avançada esta a pressionar ou a demonstra intenção de pressionar a 1º fase) e consequentemente a linha media ja pode subir mais porque não tem que se preocupar com os meios nas suas costas pois o espaço entre linhas reduzido não permite que a bola entre. ou por outro lado a linha avançada deveria baixar mais para junto da linha media e trocar a pressão pelo controlo e assim anular o espaço existente, qual a sua opinião*
Aproveito este post para replicar uma questão que deixei no post “Curtas de Alvalade”:
Enquanto via a segunda parte do jogo Sporting x Braga coloquei a mim próprio várias vezes a seguinte questão: tendo em consideração que, mais coisa, menos coisa, o utilizado será o 11 base do Sporting (será apenas uma questão de tempo até Thierry e principalmente Diaby saírem dele), o que fazer para estancar as transições dos adversários? Trabalhar a reacção à perda? Dinamizar as posições defensivas no sentido de subir linhas para encurtar espaços? É que se, de facto, há mérito do Braga em chegar com facilidade à área do Sporting, na minha opinião há grande demérito do Sporting nesse aspecto, porque sempre que não tem a bola o Sporting aparenta ser uma equipa apanhada desprevenida (mesmo quando tal não sucede) e em regime de “bombeiros”, ou seja, os jogadores estão mais preocupados em travar o adversário à medida que ele avança, do que em arranjar um processo, algo coordenado e sistemático para prevenir que isso aconteça.
Dois apontamentos só para acrescentar algo que partilhei com amigos meus enquanto via o jogo e que de certa forma foi mais ou menos abordado no post anterior: os irmãos Horta são mesmo bons jogadores e tivessem passado eles no Benfica com Lage, não teriam saído de lá; se Wendel apurar mais o “saber estar” defensivo, a sincronização com os companheiros da linha de trás, vai ser um portento no espaço de um/dois anos.
Como é possível estar esta equipa após 1 ano a defender tão mal?
Os jogadores sabem para mais mas o treinador não sabe ou não treina de forma a melhorar o processo defensivo?
Eu acho que é incompetência do treinador.
Se sim, qual será a moral dos jogadores face ao treinador?
Por mais que gostem dele, devem ter percebido que não é com ele que vão ganhar uma competição (sem ser a eliminar).
Sendo jogador, O que fazer?
Será que o subconsciente pesa?
Será uma questão de tempo até o queimarem?