As estruturas iniciais no futebol são apenas números e dificilmente demonstram as dinâmicas existentes durante os 90 minutos. O Sporting apresentou-se em 1433, mas raramente pudemos rever o desenho em campo durante o jogo, com e sem bola. Em posse a equipa construiu a três com Doumbia no meio dos centrais e Wendel nas costas da primeira linha de pressão. A largura é dada pelos dois laterais Rosier e Acuna o que coloca os alas, Vietto e Bolasie por dentro, deixando Luis Phelippe com a missão de afundar a linha defensiva adversária.
Ofensivamente o Sporting ainda vive muito da qualidade individual, invariavelmente de Bruno Fernandes, a marcar e a assistir. Poucas são as rotinas e os jogadores parecem sempre muito distantes em relação ao portador da bola, tendo este que tomar constantemente decisões no 1×1. Com Luís Philippe no centro a sua missão é quase sempre ganhar espaço para os seus companheiros, dificilmente aparece como pivot ofensivo.
Se em posse em zonas mais adiantadas a ideia de Silas precisa de consolidação e de mais alguma qualidade individual, além da do seu capitão, é defensivamente que o Sporting está a crescer imenso em relação ao que tinha com o anterior treinador holandês, verdade seja dita que não era muito difícil. O Sporting defende muito mais compacto e mais alto retirando assim espaço e tempo ao adversário para pensar e executar e parece muito confortável com isso, mesmo sem um dos seus centrais titulares a equipa não afundou com facilidade e os apoios para retirar ou dar profundidade estão por sistema bem colocados.
Já em bloco mais baixo e onde o pormenor é fundamental, pois a distância para a baliza é menor e importa reduzir ainda mais o espaço e tempo ao adversário o Sporting demonstra algumas fragilidades, nomeadamente no corredor central onde a dupla Doumbia/Wendell tem muita dificuldade em se relacionar de forma correta com a última linha. Sistematicamente são atraídos ao corredor lateral e demoram muito a reposicionar-se, dando a sensação que por momentos desligam do jogo, deixando a zona mais importante, à frente da sua baliza, muito desprotegida.
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