Homens como Saúl Ñíguez

Se a equipa não estiver bem, será mais difícil destacar-se

Saúl Ñíguez sobre João Felix

Tendemos a centrar todos os olhares naqueles jogadores que nos divertem, porque com mais um habilidoso toque desmontam um adversário, ou toda uma estrutura oponente. Demasiadas vezes ignoramos que muitos dos talentosos que tanto apreciamos são também fontes de desequilíbrios defensivos. Não porque não possam vir fechar espaços, mas porque esse risco que sempre assumem (e bem), leva também a perdas da posse, e obriga as suas equipas a entrarem no momento do jogo em que mais golos se sofre.

Só se fala ofensivamente. Desvaloriza-se o defender. Não chega beber sumo de laranja, mas a água também mata a sede. Não ganhamos só o jogo com o processo ofensivo, mas também com os outros momentos do jogo. Beber muito sumo de laranja faz mal…

Abel Ferreira

No fim do dia, toda a equipa precisa de harmonia entre a qualidade a defender e atacar, se pretende ter resultados mesmo que em cima de nota artística elevada.

Talvez em décadas passadas se pudesse dividir os jogadores entre artistas e trabalhadores. Não que hoje tal esteja extinto, mas é na classe dos trabalhadores que têm dotes de artistas que reside toda a estrutura duma equipa de futebol.

Só correr não ajuda. Ter uma equipa pouco agressiva e não disponível a cem por cento para as tarefas defensivas, também trará a derrota.

Emergem jogadores como o espanhol Saúl. Alguém com um conceito de “nós” muito vincado.

Eu quero ser o melhor médio do mundo. Sei que se calhar não lá vou chegar, mas quero o máximo, acreditando que posso ser o melhor, darei o meu melhor
Saúl Ñíguez

Agressivo, sempre disponível para os momentos defensivos, grande qualidade no 1×1 defensivo e na capacidade de recuperação, Saúl sai bem com bola da pressão, não se atemoriza nos espaços curtos e ainda conduz para atrair oposição quando espaço aumenta. Não é de todo um jogador criativo, mas antes alguém que tem bom nível a ligar o jogo ofensivo e sobretudo oferece boas e rápidas respostas na mudança de cada situação de jogo, pela velocidade a que se move, comendo metros no relvado. No Atletico joga como 6/8 no duplo pivot defensivo do meio campo, ou partindo da ala, mas não é difícil perceber o impacto que terá num meio campo a três pelo seu perfil de “box-to-box”

“Que tipo de jogador é que eu tenho? Mais importante que as suas características, é a sua personalidade. Eles estarem abertos para a minha ideia.

Fernando Valente

Não é o tipo de jogador que fique na história do jogo, mas garantidamente que é o tipo de jogador que fica na história e na memória de uma equipa técnica. Porque são os Ñíguez que suportam uma equipa.

A Premier League, vai demorar muito a chamá-lo?

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