Pararam o Sporting

Mais uma saída previsivelmente complicada, e dois pontos a “voarem” num livre directo bem próximo do término da partida quando o Sporting já estava em inferioridade numérica. Até lá, só deu Sporting, mesmo num jogo onde nunca pôde transitar com espaço e velocidade – momento onde é particularmente mais capaz.

Sem a tremenda velocidade de Nuno Mendes no corredor esquerdo, Rúben Amorim recorreu a Antunes e com isso não alterou a equipa habitual, tendo o lateral internacional por Portugal rubricado uma exibição regular – Sem comprometer defensivamente mas naturalmente sem o ímpeto e capacidade ofensiva do habitual titular.

De tanto domínio e facilidade para manietar por completo o Famalicão – Pela construção em zonas baixas que nunca foi comprometida, e pelo bom posicionamento para reagir à perda de forma agressiva – o Sporting encostou a equipa de João Pedro atrás com vantagens e desvantagens naturais de tal grande domínio.

Foi forçado a atacar contra uma equipa sempre baixa, e portanto nunca atacou espaços largos ou perante boas relações numéricas, momentos em que o Sporting é bastante mais perigoso. Por outro lado, tamanha superioridade no jogo deixou a equipa nortenha sempre muito distante da baliza de Adán e sem qualquer possibilidade de ser sequer incómodo.

João Palhinha continua jogo após jogo a um nível tremendo e é impossível não o imaginar a chegar brevemente a um grande clube numa grande Liga. Com a imponência do médio, ninguém consegue jogar contra o Sporting. Não é uma questão de segurança defensiva – que também a dá e muita pela forma como restabelece equilíbrios – é a posse que dá em zonas altas. É a forma como garante momentos de contra transição – Passar do momento de Transição Defensiva para a Ofensiva – que são cada vez mais fulcrais no construir de resultados.

Sem espaço e perante um adversário muito recolhido, e já depois de Nuno Santos ter perdido oportunidade de grande penalidade de abrir a contenda, foi o talento de Pote que abriu o jogo. O registo do avançado direito do Sporting é para lá de impressionante. O baixo centro de gravidade que lhe permite rodar com grande velocidade, a forma como recebe cada bola e progride depois de enquadrado com a baliza adversária e a facilidade com que tira a bola do guarda redes de cada vez que finaliza continua a determinar resultados na Liga.

Um erro de Adán numa bola parada – só assim poderia sofrer o Sporting, num jogo de tão intenso domínio e controlo, poderia ter relançado o jogo, mas não tardou muito para que uma obra prima de Porro desbloqueasse de novo o jogo.

Para a segunda parte mudou agressividade da equipa da casa nas disputas, mas um Sporting inteligente nunca se deixou condicionar, mantendo agulhas táticas de uma equipa cada vez mais rotinada. O sistema que se transforma no momento defensivo passando a linha a cinco, não permitiu qualquer criação, e disfarçou eventuais lacunas de um lote de defesas que sem bola ainda cometem erros.

Pressão em 3×2 – Linha da frente + Dupla de Médios, mantida até ao final

E se o jogo seguia tranquilo e controlado, a expulsão de Pedro Gonçalves surgiu como ameaça a um jogo até então seguro. Porém, a fortaleza defensiva leonina até ia dando meças de que os três pontos poderiam ser resguardados. Uma vez mais, uma bola parada bateu Adán e sentenciou um jogo em que o Sporting até demonstrou estar em crescendo.

Rúben Amorim transformou por completo uma equipa que no passado não entraria sequer nas contas dos primeiros lugares, e hoje é cada vez mais um grande candidato a ir até ao fim, mesmo depois de dois pontos deixados no Norte do país.

Notas Individuais:

Porro cada vez mais confortável com bola. Confiante, aproveita tecnicamente com mais qualidade a sua superioridade física; João Mário a encontrar tecnicamente soluções para dar fluidez ao jogo seja em zonas mais baixas ou quando surge nas imediações da área adversária – É um facilitador do jogo ofensivo; Nuno Santos pela forma como define – Inteligência com qualidade técnica; Sporar vários níveis abaixo dos colegas da frente voltou a perder um lance perigoso na grande área adversária, e não passa confiança para os próprios colegas de que poderá ajudar nesse capítulo; Adán hoje não foi garante de pontos. Bem pelo contrário.

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