Galo fura balão encarnado

Mais importante que o sistema é a forma como este é interpretado e como, através dele se formam as pequenas sociedades sectoriais que se formam dentro do coletivo. Hoje, o Benfica teve pequenas sociedades que não funcionaram, com alguns elementos em sub-rendimento. Com isso, sofreu o sistema que parece melhor encaixar nas características das individualidades encarnadas. Depois, com as mudanças, o Benfica correu atrás, com muito coração e pouca clarividência.

Circulação lenta e um bloco adversário compacto e preocupado em fechar o espaço central, obrigou a equipa encarnada a construir por fora, onde encontrou mais problemas. Grimaldo e Luca numa tarde muito negativa, quer na decisão quer no gesto técnico, tornaram o corredor esquerdo encarnado “coxo” somando perdas de bola não forçadas que foram ataques condenados ao fracasso.

Dificuldade encarnada em condicionar primeira fase de construção gilista, algo que Jesus tentou alterar com as mexidas que introduziu na segunda parte mas, sem sucesso. Os encarnados foram sempre incapazes de aumentar a velocidades de circulação e conferir criatividade à zona de criação.

A juntar a tudo isto, a completa incapacidade em “matar” a transição adversária o mais cedo possível e, assim. tentar apanhar o adversário “aberto” no campo. Para essa incapacidade muito contribuiu a desinspiração defensiva de Taarabt, a inconstância do marroquino torna, demasiadas vezes, o Benfica uma equipa exposta em transição defensiva.

Com a mudança tática da segunda parte expôs as mesmas lacunas defensivas de Diogo Gonçalves que, no lance do segundo permitiu, com uma abordagem defensiva errada, colocou apenas os olhos na bola e se esqueceu de fechar o espaço daquele que era o seu homem e que acabou por fazer o golo que sentenciou a vitória forasteira.

Num momento em que se cria pouco, a importância de se ser eficaz ganha uma relevância determinante e, é também por isso que Seferovic mostra, quando o nível aperta, o motivo de ser uma personagem mal-amada nas bancadas da Luz. Das poucas oportunidades que teve, o suiço voltou a mostrar as suas já habituais dificuldades na relação com a bola, o que se traduziu em zero remates de real perigo no alvo.

Destaques Individuais

Pedro Marques Leautey e Lourency foram fundamentais para a vitória gilista, por diferentes motivos. Se o avançado português foi fundamental para permitir à equipa descansar com bola em zona adiantadas, por ser exímio a jogar em apoio, os seus colegas do ataque foram fundamentais para manter sempre o “campo grande” e assim dificultar a zona pressionante encarnada e a consequente recuperação da bola. Juntaram a isso os dois golos de belo efeito, em transição, que deram uma vitória histórica à equipa de Barcelos.

Otamendi foi o elemento mais equilibrado e constante da equipa encarnada. A isso juntou o seu espírito de líder e a voz de comando que o levaram, inclusivamente, para zonas adiantadas na hora do aperto. Hoje, tudo isto não chegou para sorrir, mas merece uma menção honrosa.

4 Comentários

  1. Uma derrota bem merecida do Benfica. Mérito do Gil que jogou muito bem.
    Fechou os caminhos ao Benfica e aproveitou muito bem quando teve a bola.
    O Benfica teve uma primeira parte onde circulou a bola muito devagar e com muitos jogadores a fazerem demasiados erros para uma equipa que quer lutar por títulos, salientando grimaldo, luca, rafa. Depois Seferovic que não é matador (ainda continuo sem perceber como JJ não aproveitou Vinicius) a juntar a um darwin que prometeu muito no início mas ainda continua muito verde (e se assim é, porque não apostar no Gonçalo Ramos?)

  2. Após cento e muitos milhões investodos em duas épocas, não há um 8 minimamente completo e como faz falta…
    Isto, entre outras coisas, atesta bem a péssima gestão feita pelo clube que teve o mérito de se colocar num patamar de investimento impar em PT e que trm vindo a cair no ridículo de correr o risco de nem à Champions ir e assim mudar radicalmente o perfil de investimento.
    Juntando a isso a salvação que estes dois anos representaram para o FCP…
    As pessoas que trouxeram o Benfica até ao tal patamar num projeto são as mesmas que o estão a destruir o projeto.

  3. Ponham os olhos no Grimaldo. O homem está cheio de medo, nunca vai à linha, não arrisca no 1×1, se faz tabelas nunca é para avançar…um dos grandes culpados pelo jogo óbvio que o Benfica apresenta a atacar: se a bola cai à direita (onde acontecem todos os lances de perigo) é uma cosia, se a bola cai à esquerda é passe para trás. Haja paciência!

  4. Foi um chocolate quase perfeito do Gil, jogaram muito bem em todas as vertentes e podiam ter facturado mais um ou outro golo. Do outro lado, foi um jogo completamente descontrolado por parte do Benfica, sem acertar um chavo com e sem bola (patética a pressão e a reacção de vários jogadores neste momento, sobretudo na primeira-parte).

    No entanto, fiquei com a impressão que o Adel jogou muito ou, em alternativa, estava a ser o melhor do Benfica e de muito longe. Não entendi a substituição e, sem ver os números, pareceu-me que um horrível Pizzi ou um terrível Wald falharam mais passes e tiveram muito piores decisões em menos tempo de jogo, no caso do português.

    Isto já para não falar no inenarrável Rafa, blherk, um vómito em toda a linha. É um atleta fraquíssimo que por se apresentar com um estilo muito apreciado nas redacções e no terceiro anel – corre desenfreadamente em todos os sentidos, não interessa a pertinência ou eficácia – passa ao lado de todas as análises sobre o jogo. É sempre a mesma conversa: mais vale cair em graça do que ser engraçado.

    Também é verdade que Grimaldo, Lucas V., Wald, Sef, Pizzi, Darwin, etc, etc não ficaram nada atrás do Rafa…

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