O Campeão Regressou – O meio campo sem Palhinha e João Mário, o jogo de Matheus Reis, a mudança no corredor esquerdo e os miúdos

O Sporting voltou à acção – televisionada – e Rúben Amorim trouxe apenas uma alteração tática naquela que é a dinâmica consolidada. Para aproveitar as raras qualidades de desequilibrio individual de Joelson, o jovem leão surgiu sempre por fora (no espaço que habitualmente é do lateral) e Esgaio que foi lateral em momento defensivo, surgiu por dentro, no espaço que habitualmente é de um Avançado.

Ou seja, Esgaio foi defesa esquerdo sem bola, e Avançado Centro sobre a Esquerda com bola, Enquanto Joelson defendeu como avançado, mas atacou como Extremo.

Sem grandes mudanças táticas e numa partida de pré temporada com intuito claro de perceber o nível das suas individualidades ficam algumas ideias chave:

  • Matheus foi durante largo período o médio mais adiantado – Tal justificou-se porque provavelmente será ele quem acompanhará Palhinha. Deu verticalidade, aparecimento nas zonas de finalização e capacidade de pressão alta;
  • Daniel Bragança contrastou os momentos de grande clarividência com bola – dá lições sobre como fazer o jogo andar – com as dificuldades sem esta – Pouco dado nos duelos e com raio de acção curto, sobretudo se comparado com João Palhinha – Poderá fazer bastante mais sentido coabitar o campo com Palhinha – à sua frente. Com tarefas sem bola menos importantes, acrescentará bastante mais, e de todos os médios é quem demonstra capacidade para poder em zona de criação descobrir novos caminhos;
  • O meio campo leonino não “estancou” saídas adversárias e foi essa a principal diferença para o Sporting Campeão que não permitia sequer que oponentes pudesse jogar:

  • Não esteve presente, mas ficou uma vez mais a clara sensação – Tal como no Estádio da Luz na penúltima jornada da Liga durante 45 minutos, que o Sporting e o modelo de Rúben não vive sem Palhinha;
  • Interessante as razões para a troca Joelson – Esgaio em processo ofensivo. Beneficiou o talento do extremo, que poderá ter já na presente época oportunidades importantes – A sua capacidade de desequilibrio é notória e melhorará quando se entrosar com a velocidade do jogo de adultos – Mas prejudicou o jogo a Esgaio. O lateral não tem o talento necessário a ocupar espaços curtos. As suas mais valias são precisamente a resistência física e a forma como chega por fora para alimentar a zona de finalização;
  • Gonçalo Inácio e sobretudo Matheus Reis a um nível tremendo na construção. A qualidade de passe do jovem português é assombrosa, mas foi Matheus com as suas constantes progressões que desequilibrou o jogo desde a primeira fase. Será uma opção muito séria quando o resultado não abrir – É ali que podem começar os primeiros desequilibrios na estrutura adversária:

  • Os meninos: Mamede tem um talento incrível, mas não mostrou estar ainda preparado para a velocidade do jogo – Com tempo, e poderá precisar de mais do que outros colegas, porque não é no lado físico que encontra pontos de vantagem, provará a sua qualidade. Há dois anos atrás já se escrevia de Mamede: No Sporting longe do corredor central (snif snif snif) cresce um Bernardo Silva. Sim, Tiago, tu podes e tens qualidade para lá chegar. Basta vê-lo receber uma bola para que se perceba que é diferente. Preso ao corredor esquerdo, mas autêntico mago muito mais definidor que agitador, Tiago Ferreira tem classe até na forma como pisa o relvado. Criatividade e nível técnico supremo de um miúdo que tem de saber que o seu dia chegará.
  • Gonçalo Esteves, ao contrário de Mamede, mesmo mais jovem está fisicamente dotado com capacidade para o jogo do corredor leonino. Contudo, não teve um jogo nada feliz. Nos primeiros 15 minutos entregou praticamente todas as bolas aos adversários, fruto de constantes más decisões e ainda mais más acções técnico-táticas. Foi melhorando mas sem nunca atingir um nível que o possa sonhar poder ser opção na presente época. A forma como recebe a bola fecha invariavelmente o campo para dentro e não apenas limita decisão seguinte, como torna o jogo previsível e afunilado. Precisamente o oposto do que faz Pedro Porro, a quem “copia” o perfíl físico.

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