Alternar curto com longo, sair a 2 ou a 3 – Notas rápidas sobre o Sporting x Roma

Num jogo quezilento mas num registo um pouco mais sério e de dificuldade crescente contra o vencedor da Conference League, o Sporting continua a afinar as dinâmicas para a próxima época partindo de um modelo perfeitamente identificado tanto pelo treinador como pelos jogadores mas também pelos adversários. Nesse sentido, é necessário continuar a conferir algumas nuances de imprevisibilidade ao modelo. Um dos aspetos é a saída em construção, onde a estrutura base em 1-3-4-3 se desdobra com o central do meio (Coates, neste caso), avança para a linha de Ugarte, iniciando assim uma saída em 2+2. Com os alas por fora, Matheus com liberdade de movimentos e o trio da frente por dentro esta saída quase que coloca a equipa por vezes numa variante de 1-4-2-3-1/1-4-3-3 com largura única dada pelos alas. Isto acontece apenas numa primeira fase, já que quando a equipa ganha alguns metros na construção e entra na fase de preparação, Coates regressa à posição de central do meio e a estrutura volta a assemelhar-se ao 1-3-4-3 base (com algumas variantes que já vimos o ano passado, como a de Matheus ir montar ao corredor para receber livre e criar superioridade).

Para além destas opções de jogo curto a partir de trás, também foi solicitada por vezes a profundidade como no lance abaixo – circulação por trás com pressão forte e com referências individuais por parte da Roma a ativar contramovimento de apoio/rotura na frente (Marcus Edwards como falso 9 vai pedir em apoio, Pote contramovimenta – simula apoio, vai em rotura – ganhando as costas do central da Roma sem cobertura), permitindo ligar com qualidade mais à frente no campo.

Sobre Juan Román Riquelme 97 artigos
Analista de performance em contexto de formação e de seniores. Fanático pela sinergia: análise - treino - jogo. Contacto: riquelme.lateralesquerdo@gmail.com

2 Comentários

  1. Nos dois jogos que vi (Villareal e Roma, neste caso essencialmente nos primeiros 15-20 minutos) pareceu-me que a equipa estava com dificuldade no pressing quando o adversário acelerava o jogo a partir de trás. Pensam que isso está relacionado com o comportamento colectivo ou terºa mais a ver com as condicionantes físicas comuns no período de pré-época?

    • Acabam por ser jogos com características diferentes. Contra a Roma o pressing alto acaba por ser mais simples porque a saída da Roma (3+2) encaixa na pressão do Sporting. Os espanhóis já saem a 4+2 o que exige um desdobramento da pressão (muitas vezes com o extremo a ir pressionar ao corredor).

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