Bom plano de jogo, penso. Quique não pára de surpreender pela positiva. Demonstra não ser hipócrita. Percebe que a tarefa é impossível, e não expõe os principais jogadores ao insucesso (mesmo uma vitória extraordinária seria sempre um insucesso, uma vez que a Comunicação Social foi alimentando a possibilidade de se vencer por oito). Além de que, não arrisca possíveis lesões, num jogo que face às contigências, se havia tornado num mero formalismo. Cumprir de calendário.
Aproveita o jogo para o voltar à competição da promessa Di Maria, e dá minutos a vários jovens, sedentos por evoluir e por se darem a conhecer.
Tudo perfeito.
A partida decorre de forma natural, até que, um pouco contra a corrente do que havia sido o jogo, o Metalist marca e vence o jogo.
Percebo a frustação dos adeptos, mas não entendo as declarações de Quique.
Para além dum plano de jogo, é necessário haver também um plano para as declarações. Quique tentou “abanar a casa” no único momento da época em que não o deveria ter feito. Naquele momento, criticar era demasiado fácil. Praticamente só jogaram miudos, que por certo, têm uma participação muito pouco crítica e activa no balneário do Benfica. Se o próprio Quique percebe que é altura de dar minutos a um jovem com idade júnior, e a vários que estão no seu primeiro ou 2ndo ano de séniores, não me parece admissível que opte pelo discurso de choque e de ruptura no fim de tal jogo.
Não pode, por um lado, colocar os mais valiosos e mais bem pagos de fora (e que no fundo, foram mais responsáveis pela hecatombe nas provas europeias, do que os jovens) e por outro, exigir rendimento a jogadores em pleno processo de evolução e maturação individual (para além de colectiva).
Por momentos fez lembrar aquele que foi o planeamento da época do Benfica 07 / 08. Trocaram-se homens (Simão, Miccoli e Karagounis) por miúdos (Adu, Di Maria e Coentrão), e depois exigiu-se sucesso, a quem não o poderia dar.
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