Nunca conseguimos jogar de forma natural durante o jogo. Foi incrivelmente difícil para nós. Quisemos quatro médios a controlar o jogo mas não foi fácil executar. O Sporting foi corajoso.
Palavras do treinador do Dortmund, Thomas Tuchel.
Perguntavam numa caixa de comentários recente se poderia o Sporting pela mão de Jorge Jesus evoluir para um sistema diferente.
Não será previsível que assim aconteça, em função daquilo que é um modelo bem consolidado e porque já vai a época em andamento. Seria necessário voltar ao tempo de aprendizagem no processo de treino. Tempo que Jesus só terá quando considerar como perdida a Liga.
No futuro poderá Jesus voltar a um sistema que idealizou há muitos anos em Felgueiras? Creio que sim. Por uma razão muito importante. O treinador português adora massajar o próprio ego, e também por isso é tão exigente e despende tanto tempo idealizando novas soluções para os problemas que os jogos lhe trazem.
Há três / quatro anos vangloriava-se do seu temível 442 contrapondo com os 433 de outros. Num espaço tão curto de tempo, a Liga portuguesa passou de uma equipa em 442 (a de Jesus) para mais de dois terços (na presente edição, difícil é encontrar quem não jogue de forma similar ao que se vê desde há cinco / seis anos nas equipas de Jesus).
Porque pretende estar sempre na vanguarda, não será de estranhar que comece já a idealizar novas ideias como forma de voltar a destacar-se por fazer diferente.
Numa estação televisiva analisava-se o golo que sofreu o Sporting como um erro de Rúben, porque não percebeu atempadamente que a bola iria cair nas suas costas e não baixou rapidamente para a sua posição.
Acontece que a Rúben, terá sido pedido que saísse aos apoios frontais de Goetze quando este pisava o espaço à sua frente. Não estando na semana de trabalho leonina, será sempre impossível aferir com exactidão como foram preparados os movimentos da última linha quando Semedo saía. Porém, o mais expectável é que tenha sido preparada para se comportar como se comportam habitualmente as linhas defensivas de Jesus a quatro… porque sempre que Semedo saía… a quatro ficavam!
E se assim foi, no lance do golo há que salientar a ausência de movimento dos quatro que ficaram. Marvin teria de dar uns passos para dentro, e à sua direita todos teriam de aproximar do centro do jogo e nunca permitir a distância excessiva a que Coates ficou de Marvin.
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Muito boa visão sobre o sistema no jogo de ontem. Chocou-me ver por muitos sítios que a estratégia seria defensiva, quando não a entendi assim; até a diria mais arriscada, pois tratava-se de controlar mais no meio campo.
Nota: também me chocou o seu erro, se me permite a correção, em vangloriava-se (e não vanglorizava-se).
Digam o que disserem na minha opinião ontem Jorge mais uma vez inventou, e num jogo desta importância quando se inventa é meio caminho andado para o desastre, claro que os defensores do mestre da tática virão apontar as dificuldades que o sporting causou ao Dortmund na sua zona de construção, é eu pergunto, não é suposto uma equipa do nível do sporting causar essas dificuldades?
Para a forma como um treinador dispõe a equipa em campo deverá sempre obedecer às características dos jogadores, por exemplo o 442 da primeira época de jj no Benfica nada teve a ver com o 442 das épocas seguintes, e porquê? Porque mudaram algumas peças fundamentais ao sucesso do 442.
http://benficanascidosparavencer.blogspot.pt/
Caro Marco Van Basten
Ruben Semedo sai a Goetze (apesar de lhe ter sido pedido), porque Bryan Ruiz “defende por fora” em relação a Goetze, aliás o mesmo acontece do outro lado com Gelson a “defender por fora” Castro.
No vai e vem de Ruben, Pulisic fica com o tempo e espaço para “gerar” o golo.
WC é um peso morto na jogada.
Na verdade, se a defesa do Sporting não deixasse o espaço entre o marvin e o coates, todos os outros jogadores no bloco central estavam “cobertos”, estando o WC posicionado para receber a bola e lançar um contra ataque (como fez, inclusive, uma ou 2x).
O Marvin também está a esticar a linha do fora de jogo, em virtude possivelmente de tar focado no lateral do Borussia, o que terá provocado o erro da posição.
Duvido que opte por avançar para um sistema em que retira um avançado centro e coloca um central, o seu ego não lhe permite isso. E, mais uma vez, JJ a usar as suas equipas nas competições europeias para se “mostrar”.
O sistema de três centrais até está a ficar algo generalizado. Assim de repente lembro-me do Guardiola, Sampaoli, Allegri, Tuchel, etc, como teeinadores que o utilizam com alguma (bastante) frequência. Talvez, agora, com a ajuda destes exemplos, JJ tenha percebido melhor como se implementa
Há vários erros cometidos na jogada:
1º O jogador com bola não estava a ser pressionado, logo a defesa toda teria que ir para a linha do Marvin e não o contrário.
2º O Marvin estava demasiado afastado do Coates. Devia ter percebido que Ruben estava a sair para pressionar Gotze e deveria ter fechado.
3º Depois a equipa fechou bem e fez o que tinha que fazer para obrigar o Dortmund a lateralizar, mas Paulo Oliveira não saltou devidamente ao centro, cometendo o erro final.
Caro Mike Portugal
Castaignos está bem posicionado e pressiona, apenas não pode chegar a tempo, porque há uma situação de dois contra um.
Com Bruno César sobre Weigl competia a WC marcar o outro central mas, como já mencionei antes, WC é um peso morto na jogada.
Resta saber se o próprio JJ considera como erro o espaço entre Coates e Zeegelar ou Zeegelar a colocar “toda a gente” em jogo.
Pessoalmente, aposto mais na segunda hipótese.