Há vida (e dinheiro. Muito dinheiro) depois de Jesus

white corner field line on artificial green grass of soccer field
“Tivesse tido oportunidade de ser treinado mais cedo por Jesus, e a minha carreira teria sido muito diferente. Por certo que teria chegado à selecção A” Silas.
Lista de jogadores que assinaram contratos bem mais vantajosos depois de terem sido jogadores de Jorge Jesus.
Rodrigo Alvim (Alemanha);
Rolando (FC Porto);
Nivaldo (França);
Gonçalo Brandão (Itália);
Rúben Amorim (SL Benfica);
Eliseu (Espanha);
Dady (Espanha);
Júlio César (SL Benfica);
Weldon (SL Benfica);
Meyong (Braga);
Evaldo (Sporting);
João Pereira (Sporting);
César Peixoto (SL Benfica);
Luis Aguiar (Russia);
Wender (Sporting);
Di Maria (Espanha);
Ramires (Inglaterra);
David Luiz (Inglaterra).
Ficam de fora alguns casos que a influência de Jorge Jesus parece ter sido pouca ou nenhuma (Orlando Sá, à cabeça).
O SL Benfica não tem só um treinador bastante competente na vertente táctica. Tem a liderar a sua equipa alguém com uma capacidade ímpar para potenciar as capacidades dos seus jogadores. Que o saibam estimar, porque com Jesus não surgirão somente titulos, mas também bons negócios.
P.S.- Quando Jesus chegou ao SL Benfica, David Luiz era um mero suplente.
P.S. II – Uma lista bem mais extensa, poderia ser construída só com nomes de jogadores que não sendo transferidos ficaram a jogar o dobro ou o triplo, depois de Jesus.
Sobre Paolo Maldini 3828 artigos
Pedro Bouças - Licenciado em Educação Física e Desporto, Criador do "Lateral Esquerdo", tendo sido como Treinador Principal, Campeão Nacional Português (2x), vencedor da Taça de Portugal (2x), e da Supertaça de Futebol Feminino, bem como participado em 2 edições da Liga dos Campeões em três anos de futebol feminino. Treinador vencedor do Galardão de Mérito José Maria Pedroto - Treinador do ano para a ANTF (Associação Nacional de Treinadores de Futebol), e nomeado para as Quinas de Ouro (Prémio da Federação Portuguesa de Futebol), como melhor Treinador português no Futebol Feminino. Experiência como Professor de Futebol no Estádio Universitário de Lisboa, palestrante em diversas Universidades de Desporto, Cursos de Treinador e entidades creditadas pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ). Autor do livro "Construir uma Equipa Campeã", e Co-autor do livro "O Efeito Lage", ambos da Editora PrimeBooks Analista de futebol no Canal 11 e no Jornal Record.

10 Comentários

  1. PB,

    O David Luiz em 2007/2008 já era muito utilizado, tendo deixado de ser ameio da época por uma lesão, parece-me. Em 2008/2009 era titularíssimo. Não é verdade que quando o Jesus chegou ele era um mero suplente.

    No resto, sim, Jesus explora bem as capacidades dos jogadores que treina. É normal, acontece aos bon treinadores. Preocupa-me é que esse facto, e a questão de ele ter no próprio contrato o recebimento de verbas por potenciar jogadores, o possa condicionar em certas escolhas – veja-se, por exemplo, a utilização ridícula de Nuno Gomes em contraposição com Kardec.

  2. Muito bem observado mas discordo de um aspecto. David Luiz não era um mero suplente quando chegou Jesus. Com Quique foi titularissimo, infelizmente a maior parte do tempo a defesa esquerdo. E antes disso só não foi mais vezes titular porque teve uma lesão longa. Fernando Santos ia apostar forte nele, até o chegou a comparar a Ricardo Carvalho.

  3. O Wender (pelo menos) está a mais nessa lista. Aliás, foi "corrido" por Jesus pouco tempo depois de ter chegado, alegadamente por razões disciplinares. A saída para Alvalade (e o regresso pouco tempo depois) foi muito anterior à passagem de Jesus por Braga…

    É verdade que Jesus é uma mais valia na potenciação da qualidade dos jogadores que passam pelas suas mãos (ainda que nem todos, Matheus em Braga é um bom exemplo). Mas também é certo que, por todos os clubes por que tem passado, são colocados à sua disposição recursos sem paralelo, para a realidade dos clubes em questão. Em Braga, realidade que conheço melhor, o orçamento disponibilizado praticamente dobrou com Jesus. Tanto quanto sei, algo de semelhante se passou na Luz. Isso também será mérito dele, que consegue que as direcções dos clubes por onde passa confiem na sua capacidade a tal ponto que lhe coloquem ao dispor recursos inusitados.

    Mas nem sempre o legado é assim tão bom para os clubes – embora não seja fácil fazer inferências quanto à responsabilidade pelo desequilíbrio das contas nos clubes por onde passou. Certamente há boas e más gestões. Em Braga, o apuramento para a fase de grupos da Liga dos Campeões, colocou a SAD a salvo (pelo menos a curto prazo) de problemas financeiros que a meu ver, poderiam surgir, caso isso não tivesse sucedido – teria sido necessário facturar bastante no mercado de transferências e o Braga actual não tem assim tantos jogadores com grande valor de mercado.

  4. Verdade Pedro. Retirei isso do zerozero e não me lembrei que foi posterior À ida para o Sporting do Wender.

    O David Luiz era suplente do Sidnei como central. Mas, sim. Era titular a def. esquerdo.

  5. Ver o Benfica a fazer muito dinheiro com jogadores a sair para grandes clubes europeus é coisa que não se via há muito tempo. Simão foi o primeiro após a saída de Nuno Gomes para a Fiorentina. Os casos de Tiago, Miguel e Manuel Fernandes são bons exemplos de maus negócios feitos pelo clube com jogadores que valiam muito mais do que aquilo que foi pago por eles e, nenhum destes, voltou ao Seixal para ver um treino do Benfica.
    Com Jesus em ano e meio já sairam 3(!) jogadores para grandes clubes europeus. É obra!

  6. Independentemente da qualidade individual,não será essa competência táctica,traduzida em vitórias, que valoriza os jogadores? as partes não se podem dissociar do todo.

  7. Epá, estes colegas benfiquistas de vez em quando (felizmente que é só "de vez em quando") me desiludem… Sobretudo devido à falta de memória.

    Então o "Fernando Santos ia apostar forte nele [no David Luiz]"?

    Que piada – o David Luiz estreou-se com a camisola do Benfica numa eliminatória da Taça Uefa contra o PSG, em 2007, na cidade de Paris (1-2; 3-1 na Luz, com um grande chapéu do Petit).

    Jogo esse onde o Luisão foi titular (ao lado do Anderson), depois de ter estado lesionado durante vários dias e com recaídas pelo meio. Todos sabiam que ele não estava em condições.

    Fernando Santos, o treinador mais tótó que conheço (basta lembrar a quantidade estúpida de golos que o Benfica sofreu nos últimos minutos), insistiu e lá o colocou a jogar.

    Passados 20 ou 30 minutos aconteceu o óbvio: o Luisão foi obrigado a sair.

    Toda a gente na altura questionou: então e porque é que o David Luiz não jogou de início? Porquê? Então se ele nunca tinha jogado, iria jogar quando?

    Veja-se que nesse jogo o Santos meteu… o João Coimbra a titular. O tal que iria apostar "forte" no David Luiz, pois…

    Era preferível ter entrado de início, com a relativa tranquilidade do aquecimento, ritual de balneário, do que entrar a frio, num jogo quente, de uma competição europeia… Estávamos a falar de alguém com 19/20 anos que vinha directamente da terceira divisão brasileira.

    Mais: antes disto, o David Luiz não tinha tido nem sequer um minuto de jogo! Aliás, todos começavam a baixar o pau sobre a cabeça do Veiga…

    Se nos recordarmos bem, o DL fez um resto de primeira parte horrível, claramente à toa (e, se não me engano, o Benfica sofreu um golo nesse período – mentira, sofreu dois!). Mas no segundo tempo, demonstrou logo algum do potencial que agora descobrimos e conhecemos bem – e aqui o pau voltou a descer, mas agora sobre a cabeça do Fernando "Tótó" Santos.

    Interessante também este episódio para ir rapidamente on-topic: O Tótó deve ser quase o oposto do JJ. Raramente consegue potenciar atletas ao ponto de os clubes por ele treinados realizarem determinadas mais-valias.

    Já agora gostava de saber a vossa opinião sobre o Fernando Santos.

    Eu atiro já a minha: claramente meritório na forma como trabalha a equipa tacticamente (o Benfica praticou, em alguns períodos, bom futebol), mas um logro autêntico na relação com o balneário, ao nível do discurso e do trabalho mental e motivacional.

    Como exemplo, lembro um Celtic-Benfica para a Liga dos Campeões – derrota por 3-0, em Glasgow, contra uns madiês que praticamente não sabiam (e não sabem) jogar a bola.

  8. O totó é só o treinador que fez entrar no Benfica Di Maria e David Luiz, os tais que agora estão a ser vendidos por milhões.

    Este fenómeno anti-Fernando Santos é das coisinhas mais parvas de que há memória. Esse e o outro, contrário, que é o de amor a um cepo chamado Camacho. Esse é que não é totó. Esse é dos bons.

  9. Acrescento apenas ao que foi dito aqui, que o post falha apenas nisso. O David Luiz já era uma grande promessa antes do Jesus. Apesar de não ser totalmente contraditório, era mais que um mero suplente. Um jogador que em muitos "espaços" se revelou com atitude e qualidade.

    É verdade que a derradeira certeza aparece com Jesus… embora, sublinhe-se, não acho que o DL tenha descido assim tanto de nível esta época (e considero que esteve muito mal no Dragão, mesmo não sendo a sua posição). Acho que nunca esteve abaixo da equipa e mesmo no ano passado cometeu as suas asneiras.

    O que queria perguntar ao PB era sobre Silas e Mourinho. Trabalharam pelo menos meio ano, certo? A manter-se a opinião de Silas que Jesus potencia melhor jogadores que Mourinho, o PB está de acordo?

  10. Acho que não é bem por aí Ricardo…

    Desconheço qualquer fenómeno anti-Fernando Santos e até admito (com prazer) que me diverti bastante, na Luz, em alguns jogos do seu tempo.

    Mas na hora H nunca acontece. As equipas dele são sempre assim, sempre. Tótós. No Porto, Sporting, Benfica, AEK, PAOK – e isto são factos reflectidos na sua estreita galeria de troféus. Não falo de "coisinhas parvas". São factos, apenas isso.

    O Camacho será cepo? Talvez sim, um pouco, afinal apenas venceu um troféu na sua carreira e é uma pessoa que tem dificuldades no trabalho táctico.

    Mas as equipas dele jogam sempre com coragem: se faltam outros atributos, gosto daqueles que conseguem se unir e correr atrás. As equipas do Santos não são assim – posso dar exemplos.

    Respeito o Camacho porque, sobretudo, prestou um óptimo serviço ao Benfica – ganhando troféus, derbys, qualificações para a Champions, actuando como autêntico director-desportivo quando o barco estava desconseguido e desnorteado e como "promotor" dos jovens do clube (J. Pereira e Manuel Fernandes, sobretudo)… Potenciou jogadores que renderam algum dinheiro.

    Com pouco espaço-leia-se-euros para investir, nunca se queixou mesmo tendo treinado dois anos no campo do… Odivelas. E de ter jogado no Jamor.

    Não sendo espectacular, parece-me um bom currículo. E continua por aí derrubando, nem que seja por um dia, Mourinhos e Limitada. Mais uma vez ehehe.

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