
Não há como não o admirar.
Se há jogadores que devem ser valorizados são os que sendo particularmente inteligentes, têm capacidade técnica para colocar na relva o que a mente alcança.
Há quem creia que Nolito é demasiado individualista. Jorge Jesus até faz parte do lote dos que têm uma percepção errada sobre as capacidades do espanhol. Se há algo porque se destaca é precisamente pela sua competência colectiva. São os timings para soltar a bola, é o trabalho para receber a bola, na forma como simula a profundidade para vir receber no pé, ou como se desmarca em ruptura quando o espaço à sua frente assim exige.
Dos seus pés, é certo que a bola sairá jogável. A sua capacidade de decisão de tão boa chega a ser invulgar nos jogadores que jogam no corredor lateral. É louvável a forma objectiva como joga, e aprazível a sua incessante procura do corredor central, onde as opções se multiplicam, a cada momento.
Menos rápido e menos talentoso que tantos outros, é a sua capacidade para definir com assertividade os lances que o tornam um jogador de eleição. É uma das figuras da Liga. De lamentar somente que tal se perceba somente pelo número de golos que já obteve. É que o seu jogo vai muito para além da sua competência na hora de finalizar.
Texto publicado no site Futebol Portugal, após o FC Porto x SL Benfica.
A cada toque na bola, a cada passe, a cada decisão, Nolito justifica pelo rendimento que tem, um lugar no onze do SL Benfica. Coabitando com Witsel e Aimar, o jogo ofensivo do SL Benfica é absolutamente encantador. Jorge Jesus, um dos mais brilhantes técnicos portugueses na vertente táctica do jogo, na ocupação dos espaços, na movimentação e posicionamento, não parece perceber quão importante é a tomada de decisão no jogo moderno. É a única justificação que se encontra para a preponderância dada a Gaitán, cujo rendimento fica a anos luz do de Nolito. Independentemente dos golos e assistências que o espanhol vai somando.
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